Um florescer de cultura
24/11/2009 16:00
Gilberto Porcidonio e Juliana Lisboa / Fotos: Isabela Campos

Organizado pelo DCE, o IX Festival de Primavera da PUC, realizado de 9 a 13 de novembro no campus da Universidade, reuniu 21 bandas de estudantes e outras atrações musicais consagradas, como Monte Zion, Maurício Baia, BNegão e Matanza. Nem mesmo o apagão, que atingiu dezoito estados do país, foi capaz de acabar com a alegria de Festival.

Apresentação da banda Maldita, que lotou o ginásio

O cenário não era composto por flores coloridas e nada tinha de bucólico, mas as atrações do Festival da Primavera agradaram em cheio aos alunos, que lotaram o ginásio nos dias 10, 11, 12 e 13 de novembro. No total, 21 bandas da PUC se revezaram com quatro bandas comerciais, sendo que cada uma teve uma hora de show. Para o DCE, esta é uma forma de valorizar a produção musical que existe dentro da Universidade, pois há integração com artistas já consagrados na mídia.

 

Nas apresentações das bandas da chuvosa terça-feira, 10, o som ficou por conta da banda moderninha Spllash, o reggae de raiz da Satélites na Babilônia, o rock indie do Contracapa, o rock reflexivo da Unidade Imaginária, a sonoridade variada da Escambo e o reggae da consagrada Monte Zion, atração principal da noite. Durante o show do grupo, aconteceu o apagão, que atingiu dezoito estados do país. No entanto, as músicas foram cantadas em coro pela plateia, à luz de velas, enquanto os músicos tocavam apenas os instrumentos de percussão. O estudante de Jornalismo Mauro Pimentel, que fez parte da organização das bandas no palco, disse que, com certeza, isso será inesquecível para os organizadores, a banda e as pessoas presentes.

 

A banda Monte Zion à luz de velas
Na quarta-feira, as atrações foram o cantor Maurício Baia, a Bateria da Mangueira e os queridinhos Ganeshas, banda formada pelos alunos Brenno Quadros, Felipe Fernandes, Marcelo Castilho e Felipe Genes, do curso de Comunicação Social, e Bruno Corrêa, de Engenharia. Pela quarta vez no Festival de Primavera, os meninos contaram com a participação especial do saxofonista Paulo Rêgo, da banda Olho da Rua, e de Leonardo Carvalho, vocalista da banda trash Cabelo Veludo. Para Brenno, esta é uma possibilidade para músicos conseguirem espaço. “O Festival é o maior e melhor evento musical organizado na PUC, e, por isso, o público responde melhor e a banda ganha mais visibilidade”, analisou. Os Ganeshas foram convidados a participar do Festival Universitário MTV, realizado dos dias 19 a 21 de novembro.

 

O solo de Felipe Fernandes,
da banda Ganeshas
Maurício Baia, ex-aluno de Filosofia da PUC, misturou em seu repertório sucessos como Lado Oposto e tocou também a inédita Os Dias de Hoje, que ainda será gravada. Ele disse que não esperava o convite de tocar no Festival da Primavera, mas que aceitou de imediato.

 

- Como é um festival universitário, acreditava que o público seria mais misturado e que pouca gente conheceria meu trabalho. Fiquei surpreso com a quantidade de pessoas que já ouviram minhas músicas, e não sabia que meu nome tinha sido um dos mais divulgados. Isso me deixou muito feliz, contou ele.

 

A apresentação da Banda Tereza, seguida da final da batalha de MCs que consagrou o MC Dimenor como o vencedor, do samba-rock da banda 7 Por Meia Dúzia e da atração principal BNegão e os Seletores de Frequência, que se apresentaram com o ginásio lotado, animaram a platéia na quinta-feira. BNegão, que tocou no Festival há três anos, disse que, desta vez, a energia foi maior porque veio com a banda inteira e não só com a base eletrônica, como na última vez. Além disso, o rapper disse que sempre fica feliz de poder tocar no Rio, e que a Universidade é um ótimo local para poder se expressar.

 

- A PUC é um lugar clássico de produção de conhecimento do país. Daqui já saíram grandes cabeças e grandes autores clássicos. Nosso som tem a ver com isso, conscientização, sabe qual é? Deve ser por isso que a galera se identifica, disse.

 

Já no último dia do evento, na sexta-feira, 13, os destaques foram as bandas mais pesadas, como Halé, de hardcore; Planar, de som alternativo; Os Azuis, rock’n’roll anos 50; Maldita, de metal gótico; e a atração principal Matanza, que toca uma fusão entre hardcore e música country americana. O vocalista do Matanza, Jimmy London, disse que, apesar de ninguém da banda ter cursado ensino superior ou ter alguma relação direta com a PUC, todos se sentiram bem à vontade na apresentação.

 

O vocalista Jimmy London, da banda Matanza

 

 

Edição 224

 

Mais Recentes
Uma locadora em tempos de streaming
Com mais de 25 mil filmes e atendimento único, estabelecimento em Copacabana é um pedacinho da memória da cultura audiovisual do Rio de Janeiro
Valorização do cinema universitário na pandemia
Alunos da PUC-Rio participam da Mostra Outro Rio, uma exposição de curtas-metragens produzidos no Rio de Janeiro
Dez anos sem ele
Durante a vida, José Saramago criou um estilo próprio de escrita, de inovação na sintática e na pontuação