Mulheres no mercado de TI
24/09/2010 15:52
Carina Batista/ Foto: Maria de La Gala

Elas entram em cena e passam a ocupar cargos de liderança nas empresas. O Prêmio Demoiselle, recebido pela professora Karin Breitman, é prova disso

Karin Breitman, vencedora do Prêmio
Demoiselle pela atuação das mulheres em TI

 

Antes, as mulheres eram minoria no mercado de tecnologia da informação. Hoje, elas viraram o jogo e estão, aos poucos, conquistando espaço com muito charme e competência. De acordo com dados da pesquisa realizada pela consultoria de recrutamento, Sheila Greco Associates, o número de mulheres que ocupam cargos de liderança no mercado de TI aumentou de 12%, em 2007, para 16,4% no último ano. 

 

Segundo a coordenadora do Programa de Engenharia de Computação da PUC-Rio, Karin Breitman, este mercado está em crescimento e em busca de mulheres. “As empresas perceberam que os times mistos têm uma produtividade muito maior. Uma prova é que as patentes mais usadas no mundo são aquelas criadas por homens e mulheres”, explica. Karin recebeu, no dia 20 de agosto, o Prêmio Demoiselle pelo trabalho realizado junto com a Sociedade Brasileira de Computação sobre a atuação das mulheres na tecnologia, com o objetivo de incentivar e aumentar o número de meninas nas carreiras de TI. 

 

Na PUC o número de mulheres nos cursos da área de tecnologia é de apenas 10%, o que para Karin reflete uma idéia errônea que se tem da carreira. “Ainda existe um preconceito entre as meninas. Elas enxergam um estereótipo e temem ser vistas como nerds. Além disso, olha-se o trabalho como uma tarefa muito solitária. O que não é verdade. A maioria enfrenta os desafios e tem uma carreira bem sucedida”.

 

E desafio foi o que não faltou para a consultora de Engenharia de Requisitos Ana Carolina Almeida. “Como consultora eu senti certa resistência, já que você tem que ensinar para quem já sabe e trabalha com aquilo. As pessoas ficam querendo testar seus conhecimentos”.

 

Já a mestranda em Engenharia Elétrica pela PUC-Rio Carolina Goloni não sofreu nenhum preconceito por ser mulher. “A única dificuldade que senti foi o fato de as mulheres serem minoria. Mas em relação ao trabalho com homens nunca tive nenhum problema. O que existia era um cuidado deles com alguns termos que usavam na minha presença”, afirma.

 

Quem optar por essa área pode trabalhar como webdesigner, especialista em mídias de redes sociais, jogos, computação gráfica, desenvolvimento de aplicativos para o IPad e o Google, entre outras atividades. Segundo Karin, são, aproximadamente, quatro ofertas de emprego em boas empresas para uma pessoa.

 

Mas, segundo Carolina, o importante é gostar do que faz e estudar muito. E Ana Carolina complementa. “Quando vi o meu primeiro programa pronto e sendo usado, decidi que era aquilo que queria para a minha vida. Ter paixão pelo que faz, independente da carreira, é essencial”, afirma.

 

Edição 234

 

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