Exposição apresenta bambu como material sustentável
27/09/2011 16:01
Monique Rangel / Fotos: Raul Guilherme Lages

Trabalhos técnico-científicos exploram novas possibilidades da matéria-prima. O resultado de três anos de envolvimento ficou exposto para a comunidade

A comunidade PUC  visita a exposição  Estruturas de Bambu -
Materiais Não  Convencionais e Tecnologias  Sustentáveis
abrigada sob uma tenda construída com o material ecológico
 

Uma tenda de bambu localizada nos pilotis da Ala Kennedy despertou a curiosidade da comunidade PUC para os projetos técnico-científicos da exposição Estruturas de Bambu – Materiais não Convencionais e Tecnologias Sustentáveis. A mostra pôde ser visitada entre 6 e 15 de setembro.

 

Foram apresentados os resultados da parceria entre o Laboratório de Sistemas Estruturais da Universidade Federal de Minas Gerais (Lase), o Laboratório de Investigação em Living Design (Lild), do Departamento de Artes e Design da PUC-Rio, o Grupo de Materiais e Tecnologias Não Convencionais (GMTENC), do Departamento de Engenharia Civil da Universidade, e a empresa Bambutec, no projeto Estruturas Acessíveis de Bambu, Concepção, Análise e Implementação. O projeto faz parte da Agenda Ambiental da PUC-Rio e do edital 25/2008 do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que tem como objetivo institucionalizar a Rede Brasileira de Bambu pela formalização dos grupos de pesquisa.

 

Projetos técnico-científicos expostos debaixo da tenda de bambu
– A mostra é a reunião de uma rede cooperada de laboratórios e empresas em torno do desenvolvimento do bambu e fibras naturais. Os laboratórios da PUC são pioneiros no estudo de tecnologia sustentáveis na área de Design e Engenharia. Estimular este desenvolvimento nas universidades é também uma iniciativa do CNPq, que dá bolsas aos alunos e auxílios aos grupos de trabalho – explicou João Bina, diretor da Bambutec e ex-aluno da PUC.

 

As pesquisas com materiais não convencionais começaram na PUC-Rio em 1979. O jornalista André Trigueiro, da Globonews, professor da Universidade, assinalou o valor do desenvolvimento deste tipo de tecnologia para a sociedade e a economia: “O bambu é o aço verde, matéria-prima usada com frequência na construção civil em vários países do oriente. Disseminar essa técnica de construção significa desonerar a natureza de meios destrutivos, poluentes e potencialmente nefastos ao clima.”

 

Mario Seixas, de Artes e Design , Khosrow Ghavami, de Engenharia
Civil e o Reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, na Mostra
Um carro elétrico com chassi de bambu e estruturas construídas com o material são exemplos do que pôde ser visto na exposição. Entre eles, a bambucicleta chamou a atenção do público. Trata-se de um projeto de pesquisa que começou no Lild com Flavio Deslandes, ex-aluno de Desenho Industrial. Ele era bolsista do CNPq quando se interessou pelas técnicas de utilização de materiais ecológicos. Deslandes continuou a pesquisa, hoje tem uma pequena fábrica na Dinamarca e começa produzir a bambucicleta para o Brasil. “Eu queria trabalhar com materiais naturais. O ambiente da PUC é perfeito para começar a experimentar, quando estamos estudando temos liberdade para conhecer coisas diferentes. Tudo foi um longo processo de desenvolver técnicas e ferramentas”, contou.

 

A jornalista Roberta Araújo estava passeando pelo campus quando percebeu que a mostra abordava um dos temas que mais lhe interessa: sustentabilidade. “Sou apaixonada por bicicleta. Eu estava passando por aqui achei muito legal a exposição”, comentou.

 

Além de visitantes como Roberta, a comunidade PUC conferiu o trabalho de 80 profissionais, entre professores, pesquisadores, alunos, técnicos e empresários, que estiveram envolvidos no projeto, ao longo de três anos. Na terça-feira, 6, participaram da inauguração os diretores da Bambutec, João Bina e Mario Seixas, que também é professor do Departamento de Artes e Design, o Diretor do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (Nima), Luiz Felipe Guanaes, e o Reitor da Universidade, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J.

 

– O que foi apresentado sinaliza para dimensões futuras. Abre-se a possibilidade de repensar as matrizes e mostrar que é possível criar mecanismos de sustentabilidade usando materiais da própria natureza – disse padre Josafá.

 

 A bambucicleta aguçou a curiosidade do público que conferiu a exposição

 

 

Edição 247

 

 

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