Um grupo de pesquisa formado por alunos e professores, criando soluções e desenvolvendo projetos para empresas. Esse era o clima do Centro de Estudos de Telecomunicações (Cetuc), unidade complementar do Centro Técnico Científico da PUC-Rio, quando, em 1997, surgiu a idéia que mudaria a vida do então aluno José Augusto Pereira da Silva, o Guto, hoje Mestre em Engenharia de Telecomunicações pela PUC-Rio e empresário.
O objetivo dos alunos era criar uma solução para nacionalizar a tecnologia de monitoramento de dutos de óleo e gás, que o Brasil apenas importava. Liderado por Guto, com uso da tecnologia do Centro de Pesquisas de Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras e com toda a infra-estrutura do Cetuc, o grupo criou um sensor, chamado pig, capaz de detectar imperfeições, amassados e outros defeitos em linhas de oleodutos e gasodutos.
Na mesma época, a Incubadora do Instituto Gênesis começava a nascer e lançava seu primeiro edital. Daí veio a idéia de Guto: lançar uma empresa, a Pipe Way, utilizando toda a base dada pela incubadora.
– Éramos um grupo de pesquisas e quando vimos que surgia uma incubadora na PUC decidimos lançar a empresa. Até certo ponto a gente aprendeu junto. Já tínhamos a idéia e a tecnologia e o Gênesis deu a estrutura, o espaço, uma gama de consultores, para que a empresa pudesse focar no negócio. Foi uma participação fundamental, diz o empresário.
Hoje, a Pipe Way Engenharia é a única empresa que fabrica e opera pigs no hemisfério sul, com uma produção inteiramente nacional. Tendo como presidente José Augusto Pereira e, como diretor, o professor Jean Pierre Von der Weid, coordenador do Grupo de Optoeletrônica e Instrumentação, a empresa presta serviços em todo o Brasil e quase toda a América Latina, além de fornecer ferramentas para Estados Unidos e Europa.
Para José Augusto, os laboratórios da Universidade também foram de grande importância para a formação da Pipe Way. Nesses laboratórios, são desenvolvidas pesquisas com as quais os alunos prestam serviços às empresas, há uma total interação entre ensino e pesquisa, além de equipamentos e da colaboração dos professores.
– Os jovens estão cada vez mais empreendedores. Pensam em se formar e abrir seu próprio negócio. Aqui na PUC mesmo eu vejo isso e é ótimo. Eles estão cada vez mais qualificados, afirma José Augusto.
No futuro, o empresário pensa em se posicionar cada vez melhor na América Latina para a partir daí entrar nos Estados Unidos e na Europa, não só fornecendo ferramentas, mas fazendo todo o serviço de inspeção. "Esse é um grande desafio para a Pipe Way, afinal, só os Estados Unidos detêm 60% do mercado mundial da inspeção de dutos", diz Guto.
Jornal da PUC - Edição 180