Ser ator ou atriz é buscar fama, sucesso, muito dinheiro e um papel na novela das 20h da Rede Globo. Mas não para Liliana Castro, atriz, e aluna do 4º período de Cinema. Depois do sucesso de Luna, na novela Alma Gêmea, a atriz está em cartaz nos cinemas com o filme O ano em que meus pais saíram de férias (Brasil, 2006), de Cao Hamburger, e no Teatro Maria Clara Machado, no Planetário da Gávea, com a peça Não existem níveis seguros para consumo destas substâncias.
Apesar de tentar viver de arte, Liliana escolheu ter liberdade de fazer o que gosta. Segundo ela, um trabalho em que possa sentir-se à vontade é essencial, pela qualidade que pretende passar para o público.
– Caminho na contramão das circunstâncias. Às vezes, as opções que aparecem não são as que eu quero fazer e sou obrigada a ficar sem trabalhar, o que é um perigo, porque tenho que pagar minhas contas, explica.
Televisão
Equatoriana, de 27 anos, Liliana é filha de um diplomata brasileiro e de uma química argentina, e já morou em países como Itália e Venezuela. Sua condição familiar nômade lhe rendeu o primeiro trabalho na televisão, como apresentadora do canal Fox Kids. No programa, a atriz exercitou sua capacidade de improvisação essencial na atuação no teatro. Por quase dois anos, ela fez o seriado Ilha Rá-Tim-Bum, no qual vivia uma personagem que a deixava irreconhecível em cena. Sua primeira novela foi Sabor da Paixão (2002), seguida de Da Cor do Pecado (2004), e mais recentemente, Alma Gêmea (2005).
– Não conheço as pessoas ‘certas’, não faço idéia de quem elas sejam. Não saio muito, não freqüento festas, mas sempre tem alguém que vê e gosta do meu trabalho. Esqueço que as pessoas vêem as coisas que eu faço, conta.
Cinema e PUC
Sua estréia nas telonas foi inesperada e transformadora. O convite para fazer "O ano..." surgiu em sua caixa de e-mails e, duas semanas depois, Liliana começou a filmar. A personagem Irene, uma mulher linda e admirada por todos os meninos do filme, além de ser a estréia, foi também um recomeço para Liliana.
– Foi a melhor coisa que me aconteceu. Renovei minha vontade de ser atriz.
O ingresso na PUC, em 2005, foi um alívio para Liliana, que não suporta o fato de não ter uma rotina fixa. Mas os primeiros dias de aula foram de estranhamento, pois seus colegas de turma eram quase dez anos mais novos que ela.
Liliana diz que é muito interessante estudar e fazer cinema. Apesar de gostar de atuar, no filme de Cao Hamburger ela pôde explorar os diretores de fotografia e arte sobre toda a produção em volta das cenas.
– A parafernália do cinema é encantadora, conta ela, que pretende produzir documentários.
Teatro
Só neste ano, Liliana se apresentou em quatro peças diferentes: Tudo é permitido, Toda Nudez será Castigada, Alice através do espelho e, atualmente, Não existem níveis seguros pra consumo destas substâncias.
– Cada personagem é completamente diferente e isto me instiga a criar. Mas nunca confundi, nem tive ‘branco’... O imprevisto do teatro é o que me fascina, afirma.
Rio de Janeiro
Moradora do Jardim Botânico, para Liliana, viver no Rio é estranho, já que morou em São Paulo e Brasília. Ela não consegue se acostumar com a violência da cidade e ainda se admira com o jeito íntimo com que o carioca se trata. A praia, uma paixão carioca, não está na lista de lugares freqüentados por ela. Para ler e estudar, os escolhidos são o Instituto Moreira Sales e a própria PUC. Segundo Liliana, um bom café e restaurantes são lugares onde ela pode ser vista.
– Brinco com meus amigos que ainda vou lançar o Guia Liliana de melhores bolos, cafés, capuccinos e chocolates, diverte-se a atriz.
Jornal da PUC - Edição 180