Corpo de Dom Eugenio Sales é sepultado em cripta da Catedral do Rio
11/07/2012 20:30
Guilherme de Oliveira /Foto: Pamella Vasconcellos



A última missa de corpo presente para o Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro Dom Eugenio Sales foi marcada pela emoção na tarde desta quarta-feira. De pé, os fiéis presentes choraram e bateram palmas principalmente quando o corpo do Cardeal foi levado à cripta onde houve o sepultamento, no subsolo da Catedral Metropolitana do Rio. Na cerimônia, celebrada pelo Arcebispo do Rio Dom Orani Tempesta, estiveram presentes representantes de diversas religiões, como anglicana, judaica, muçulmana, luterana e do candomblé.

 

A solenidade reuniu o maior número de fiéis desde o início do velório, sendo a maioria idosa. Durante a missa, o barrete de Dom Eugenio Sales, símbolo de Cardeal, foi posto em cima do caixão. Os pertences do chefe religioso ficarão no Museu de Arte Sacra Arquidiocesano, no subsolo da Catedral Metropolitana do Rio. O Arcebispo emérito do Rio foi o segundo cardeal a ser enterrado no chão da cripta. O túmulo de Dom Eugenio Sales está ao lado do corpo do Cardeal Jaime Câmara, que o antecedeu, e em frente ao do Monsenhor Ivo Antônio Calliari, responsável pela construção da Catedral do Rio. 

 

O Arcebispo do Rio, Dom Orani Tempesta, destacou que Dom Eugenio Sales foi chamado de intrépido pelo Papa Bento XVI no sentido de ser corajoso no caminho escolhido dentro da Igreja. O líder religioso leu trechos do testamento do Cardeal, feito em 2003, quando Dom Eugenio Sales estava prestes a completar 84 anos.

 

“Não levo mágoas. Busco reparar meus sofrimentos com as orações. Confio em tudo que a Igreja ensina. Confio em Deus. No céu espero ser acolhido por Deus, Jesus e Maria, e retribuir tudo o que recebi” foram alguns fragmentos da carta lidos por Dom Orani Tempesta.

 

Durante a cerimônia, o presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, disse que Dom Eugenio Sales desempenhou um papel muito importante na Igreja e no Brasil. Ressaltou que o Arcebispo Emérito do Rio criou, entre outros feitos, as Campanhas da Fraternidade e o projeto de educação comunitária, além de instituir a romaria anual da Arquidiocese do Rio para a Basílica Nacional da Nossa Senhora da Aparecida, a maior do país.

 

– Ele consumiu a vida a serviço do povo por meio dos cuidados pastorais – afirmou o Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis.

 

Mais cedo, a governadora Rosalba Ciarlini Rosado, do Rio Grande do Norte, estado natal de Dom Eugenio, destacou a importância do chefe religioso para a região. 

 

– Foi em Natal que ele desenvolveu seu potencial com as primeiras Campanhas da Fraternidade e os projetos de educação à distância por meio das rádios comunitárias. Mostrou que a Igreja precisa ter olhar diferente para os mais necessitados – disse.

 

Já o ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, também do Rio Grande do Norte e que representou a presidente Dilma Rousseff, ressaltou a importância do Arcebispo Emérito no meio rural.

 

– Teve uma relevância muito grande no processo de conscientização do meio rural. A liderança espiritual se mostrou patente quando da sua atuação junto aos perseguidos políticos – afirmou.

 

O Cardeal-Arcebispo Emérito da Arquidiocese do Rio, Dom Eusébio Oscar Scheid, sucessor de Dom Eugenio na cidade foi à Catedral Metropolitana para prestar as últimas homenagens ao líder religioso. Ele lamentou a morte do Cardeal, que sofreu um enfarte fulminante na noite de segunda-feira.

 

– Ele estava com a saúde muito combalida. Foi uma das maiores personalidades do episcopado. As intervenções deles me beneficiaram – disse.

 

Edição 258 - Plantão

 

Fiéis bateram palmas e se emocionaram quando o corpo de Dom Eugenio foi levado à cripta da Catedral

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