Encadernação como uma arte
22/03/2013 18:00
Fernanda Rezende/Foto: Thalyta Veras

A empresa de João José de Moura presta serviços para a PUC-Rio há 50 anos

Desde os dez anos, João José de Moura frequenta os pilotis da PUC-Rio. Ele vinha com o pai buscar livros da biblioteca que precisavam ser renovados. A empresa dele, que leva o nome de Moura Encadernação, existe desde 1946 e já presta serviços para a PUC há 50 anos. O encadernador se diz apaixonado pela profissão e conta que chega a fazer cerca de 400 livros por semana.

— Desde pequeno já trabalho com isso, nasci e cresci aqui — diz João.

Ele conta com a ajuda de nove funcionários que se dividem entre as etapas de encadernação e restauração. Todo o processo é completamente artesanal e o maquinário é o mesmo desde que a oficina foi aberta.

— É um serviço demorado, porque costuramos caderno por caderno. Um livro demora cerca de meia hora para ficar pronto e cada pessoa que trabalha comigo faz uma etapa; entre encadernação, costura da lombada e gravação de letras nas capas. O preço de uma unidade varia de acordo com a quantidade de folhas, mas custa, geralmente, R$ 25 — revela João.

O processo de preservação de livros pode ser meticuloso dentro das oficinas de restauração, mas pode começar em casa: João diz que sempre aconselha as pessoas a passarem um pano seco nas capas e depois uma cera líquida, incolor; nunca um pano molhado de água. Dessa maneira o couro e a gravação são conservados.

O interesse pela encadernação se espalha também entre estudantes da PUC, principalmente os de Designer. Cláudia Viçoso, que trabalha como designer gráfico há oito anos, se formou em Comunicação Visual na Universidade e, ano passado, resolveu se dedicar integralmente ao trabalho de encadernação.

— Comecei a me apaixonar pelos cadernos quando tive que apresentar o projeto de um catálogo na faculdade. Conheci a encadernadora Cristina Viana e ela fez a mágica de transformar meu primeiro trabalho diagramado num livro. Eu fiquei tão impressionada com o resultado que no semestre seguinte me matriculei na eletiva que ela ministra na PUC — conta Cláudia.

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