Mil e um benefícios da dança como estilo de vida
03/06/2013 12:52
Jéssica Leiras

Profissionais e amadores valorizam os aspectos positivos dessa arte


Aliada ao bem-estar, autoestima e saúde, a dança propõe a harmonia do corpo com a mente. Muito mais do que um exercício físico, permite a descoberta de novas sensações. Coreógrafa da Companhia Vacilou Dançou, Carlota Portella acredita que é com a dança que elas se evidenciam.

– Várias emoções são postas para fora. Ela é uma terapia, além da terapia – conclui.

Com a arte, a dançarina encontrou a superação de problemas emocionais. Carlota passou por um processo depressivo em que perdeu 12 quilos em três meses.

– Quem me salvou da depressão foi a dança. Nesse período eu trabalhei, dancei, dei aula e isso foi o meu porto seguro. A dança me fez colocar para fora todas essas emoções – diz.

Assistente da Escola de Dança Jaime Arôxa, Gabriel Pinho ganhou autoconfiança . Com o contato direto com os alunos, ele conseguiu superar a timidez.

– Eu nunca saía, agora o meu ciclo de amizades aumentou bastante. Além disso, você tem que sorrir, ser simpático, dar boa noite, perguntar o nome, e, por mais sim ples que isso seja, antes era complicado – explica.

A atividade também exercita e queima calorias. Oferece ao aluno uma série de exercícios que não são encontrados em academias de ginástica. Por envolver a música e movimentos de expressão corporal, proporciona a sensação de liberdade e consciência do corpo.

O dançarino e coreógrafo Jaime Arôxa indica a dança como efeito terapêutico. Para ele, são muitos os benefícios, e cada pessoa os assimila de acordo com a sua necessidade.

– Se você é tímido, a dança melhora a timidez, se é gordinha, vai fi car mais vaidosa e tentar emagrecer melhor. Se você tem um problema de má postura, ela vai melhorar. Qualquer problema que você tenha, ela vai como um plasma melhorar aquele ponto – comenta.

Arôxa começou a dançar por causa das mulheres, e, desde então, é um apaixonado pela arte. Ele diz que não conseguia trabalhar e perdia todas as oportunidades de emprego porque saía para dançar.

– Eu gostava de pegar nas mulheres e a única forma que eu tinha era dançando. Resolvi que tinha que me bancar. Já que ela (a dança) tirava a minha possibilidade de ganhar dinheiro, ela tinha que ser essa possibilidade – brinca.

Ao começar a dar os primeiros passos pelo salão, a pessoa se desprende dos tabus, medos e preconceitos. Mesmo assim, muitos desconhecem os benefícios. Carlota acredita que a técnica é o meio para se ter uma consciência corporal.

– Todo mundo pensa na dança como algo que é só técnica. Mas eu acho que ela é o meio para que você descubra o que pode ser feito com o seu corpo. A dança é o pensamento em movimento. Com ela, você está sempre querendo expressar alguma emoção, sensação, ideia. Então o corpo assume um valor intenso, tão grande quanto a mente – afirma.

A atividade também aumenta a flexibilidade corporal. Fortalece ossos, músculos e melhora o equilíbrio. É responsável por reduzir as dores e retardar o processo de envelhecimento. Entrar no ritmo de uma música altera as frequências cardíacas e respiratórias.

Bailarina da Companhia de Dança Jaime Arôxa, Amanda Chirol foi aconselhada a entrar para a dança por causa de problemas na coluna. O médico orientou o exercício para melhorar a postura, que estava curva. Amanda considera que só teve ganhos com a dança.

– Consegui uma segurança pessoal e autoconfi ança. Minha coluna melhorou bastante e, hoje, eu tenho uma postura excelente – garante.

Foi para vencer a timidez que João Rodrigues, Técnico em Mecânica do Departamento de Física, quis aprender a dançar. Ele começou aos poucos, escondido no fundo do salão, mas, depois, não parou mais. Durante cinco anos, Rodrigues deu aula de dança na Universidade, e agora tem planos para voltar.

– Eu estou montando uma turma para voltar a dar aula aqui e vou ensinar todos os ritmos. Com a dança, eu trabalho mais alegre, com mais disposição e tenho mais prazer em fazer as coisas – confessa.

Para Carlota e Arôxa, qualquer estilo de dança é válido. A coreógrafa acredita que não existe nenhuma forma de dança, no mundo atual, que não possa ser feita por alguém que não queira se profi ssionalizar. Já o dançarino afi rma que o importante é dar o primeiro passo.

– Você tem que dar o primeiro passo, perder a vergonha. Se dê essa oportunidade – conclui.

Edição 270

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