Um adulto experiente, refinado e atualizado. Conheceu muitas personalidades, contracenou com Fred Astaire e Ginger Rogers no filme Flying Down to Rio. Ganhou fama mundial e foi cenário de novelas. Hoje, aos 90 anos, o Copacabana Palace é o hotel mais tradicional da cidade.
Projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, o Copa foi inspirado nos famosos hotéis da Riviera Francesa. Com 241 quartos e 13 salões de festa, ele tem uma estrutura sóbria e imponente: revestida por mármore de Carrara e adornada por cristais da Boêmia. Inaugurado em agosto de 1923, ele brilha até hoje e ocupa 12 mil metros quadrados no bairro.
Segundo o urbanista Augusto Ivan de Freitas, professor do curso de Arquitetura da PUC, o hotel foi construído em uma época de passagem de estilos, por isso o prédio não tem apenas uma característica arquitetônica.
– Nessa segunda década, onde surge o Copacabana Palace, a cidade já importa muitos estilos. O hotel permanece no clássico, mas mistura com art déco, que já insinua traços de modernismo – explica.
O hotel teve ainda grande importância na urbanização de Copacabana, que virou um bairro de referência turística e se consagrou como balneário no Brasil e no mundo.
– Ele reúne um arquiteto famoso, uma praia famosa, ele é um momento muito importante do Rio de Janeiro – declara o arquiteto.
O Copa foi construído pela família Guinle, a pedido do presidente Epitácio Pessoa, para atender à necessidade de se ter no Rio um hotel de luxo que hospedasse autoridades e turistas exigentes. A lista de personalidades importantes no cenário mundial que passaram pelos suntuosos quartos não tem fim. Entre eles, a princesa Diana e o príncipe Charles, e atores de diferentes épocas de Hollywood. Os hóspedes mais recentes são Brad Pitt, Angelina Jolie e os seis filhos.
O hotel atrai não só quem vem de fora, como os próprios cariocas. Formada em administração pela PUC, Vanessa Oliveira Souza se casou em 2011 e ganhou de um casal de padrinhos a estadia em um dos quartos. Ela diz ter escolhido o Copa por ser uma referência no ramo hoteleiro no mundo. Durante os dias de descanso, aproveitou a piscina do hotel, jantou com os padrinhos, desfrutou dos caprichos que uma noiva merece e passou lá a noite de núpcias. Para ela, foi um fim de semana “inesquecível”.
Tão bom que, este ano, o casal retornou às dependências do hotel para comemorar o Dia dos Namorados no restaurante italiano Cipriani.
– Apesar de o hotel estar lotado, pois casei na época em que estava rolando o Rock in Rio, fui muito bem recepcionada e atendida. Além disso, o charme do Copa é incomparável! – assinala.
Mas não é só de glamour que é feita a história do número 1.702 da Avenida Atlântica, em Copacabana. Em 1985, a demolição do prédio chegou a ser cogitada, mas a construção foi salva pelos tombamentos históricos estaduais, municipais e federais. Em 1989, o grupo Orient- -Express arrendou o espaço por um preço não revelado e modernizou as dependências sem descaracterizá-las.
Edição 271