Conversa com Daniel Filho
02/04/2007 16:00
Ana Terra Athayde / Foto: Carolina Jardim

O diretor de TV e cineasta conversou com os alunos de Cinema sobre sua experiência no mundo audiovisual. Para ele, não existe diferença entre a linguagem televisiva e a cinematográfica.

Em pauta, as linguagens do cinema e da TV

O trabalho com imagens não
é ciência exata, disse o cineasta
Com mais de 50 anos de experiência em televisão, o diretor Daniel Filho procurou contar aos alunos de Cinema o que aprendeu sobre sua profissão: "Ninguém sabe nada. Tudo que foi dito para vocês aqui não vale nada". Ele se referia ao fato de que o trabalho com imagens não é uma ciência exata e, por conta disso, todas as fórmulas aprendidas podem funcionar ou não. No dia 22 de março, o cineasta foi o palestrante do curso Estética: Encontro entre TV e Cinema nas Minisséries da TV Globo.

– Há uma grande discussão sobre se a estética da televisão está invadindo o cinema, mas tudo isso não quer dizer absolutamente nada. O importante é a história que está sendo contada, disse Daniel Filho.

O diretor de Se eu fosse você não vê diferença entre a linguagem utilizada pela televisão e a do cinema. A adaptação de um produto televisivo para a tela grande ocorreria apenas pelo aumento, ou diminuição, do conteúdo utilizado. Um exemplo é O crime do Zé Bigorna, filme de 1977 baseado num especial homônimo para a TV. A produção, aliás, foi a inspiração para a telenovela O salvador da pátria, que fez sucesso com a interpretação do personagem Sassá Mutema pelo ator Lima Duarte.

Além de Daniel Filho, outros nomes da televisão brasileira já deram palestras no curso, como Maria Adelaide Amaral, Alcides Nogueira e Antônio Calmon. Eles contaram um pouco de suas experiências profissionais, com o objetivo de ajudar os alunos a roteirizar um dos contos de Machado de Assis selecionados para adaptação: O espelho, Noite de almirante, Conto de escola, Um apólogo ou Um homem célebre. Os alunos contam, ainda, com a ajuda da professora Maria Cristina Ribas, que está oferecendo aulas complementares, aos sábados, sobre o autor.

 Edição 184