Cultura africana no universo acadêmico
22/09/2014 17:21
Arthur Macedo / Foto: Bruna Duque Estrada

Organizadores do Panorama Afro destacam a presença marcante dos alunos

Apresentar a cultura africana é o principal objetivo do Panorama Afro, feira que ocorre anualmente nos pilotis da PUC e traz a temática africana para dentro da Universidade. A ideia é mesclar o cultural do encontro com o meio acadêmico para gerar debate entre os participantes. Nesta edição, realizada entre os dias 9 e 11 de setembro, a presença dos alunos nos seminários surpreendeu positivamente os organizadores.

A Converdgencia, Organização da Sociedade Civil de Interesse Público que difunde educação focada em sustentabilidade social e ambiental, ajuda a organizar o Panorama Afro. O coordenador da Converdgencia, Alexandre Nascimento, 41 anos, diz que o pensamento negro começa a adentrar o espaço acadêmico.

– Apesar de sofrermos um racismo epistêmico e estarmos à margem do mundo acadêmico, aos poucos estamos conseguindo transpor esses muros. E o Brasil é isso. Temos a fama de ser uma sociedade miscigenada, mas o saber não se miscigenou ainda. Então, estamos começando a fazer isso através da PUC – diz.

Alexandre formou-se em Ciências Sociais na PUC, em 2006. Para ele, a presença contundente dos alunos engrandeceu a edição. Ele também destacou o sucesso das barraquinhas, expostas nos pilotis, que vendiam os mais variados produtos ligados à cultura africana.

– Em cada barraquinha, o produtor, o artesão, está ávido para contar detalhes de sua obra. Então, costumamos dizer que, em cada estande desses, na verdade, está sendo exposta uma história, um pensamento africano – destaca.

Um exemplo dessa pluralidade cultural é o senegalês Cherif Sour, 55 anos. Há dez anos no Brasil, Cherif conta que veio morar aqui por acaso, após rodar o mundo. Com um português ainda carregado de sotaque, ele explica que todos os produtos à venda em seu estande, como cordões, esculturas e roupas, vieram da África.

Uma das barraquinhas que mais fez sucesso foi a de comidas típicas, comandada pela cozinheira Maria José Lopes, 53 anos, nascida no Rio, mas baiana de criação. Além do acarajé, carro-chefe das vendas, havia muitos doces como quindins e brigadeiros. Segundo ela, só no primeiro dia foram vendidas mais de mil unidades de acarajés.

– É o segundo ano em que trabalho aqui vendendo as comidas típicas. Sempre é maravilhosa a aceitação das pessoas. Elas têm um carinho muito especial pela culinária baiana – conta.

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