A RioBotz/PUC-Rio ganhou uma medalha inédita e de forma invicta. O robô Touro Maximus venceu o favorito e atual campeão norte- -americano Original Sin na categoria peso-pesado, a de maior prestígio da RoboGames, competição considerada as Olímpiadas da Engenharia Robótica. Foi a primeira vez que um time universitário não americano ganhou nesta categoria, que costuma lotar as arenas com espectadores ansiosos para ver os embates dos robôs de até 100kg. O campeonato ocorreu entre os dias 3 e 6 de abril, na Califórnia, Estados Unidos, e teve a participação de 30 países em 56 categorias. Os brasileiros levaram 16 integrantes e 16 robôs para competir em diferentes modalidades, que variavam de 150 gramas até 100kg.
Com a vitória, o peso-pesado Touro Maximus passou a ocupar o primeiro lugar no ranking de melhores robôs do mundo, segundo o BotRank, um ranking que classifica os melhores robôs divididos em categorias por competição. Essa foi a nona edição em que a RioBotz participou. No total, foram seis medalhas conquistadas: três de ouro, uma de prata e duas de bronze. Além da medalha inédita na categoria peso-pesado, a equipe foi campeã invicta na categoria meio-médio, de até 55kg, com o Touro, e na categoria Solar, com o Apollo, cujo objetivo era o robô seguir a luz solar dentro da arena. A medalha de prata foi conquistada pelo robô Aquiles na categoria corrida movido à luz solar. A equipe ainda ganhou o bronze na categoria luta e corrida com o Spider Volt e o Usain Volt, conhecidos como humanoides.
Criado em 2011, Touro Maximus já participou de outras competições. O estudante Gabriel Barsi, do 10º período de Engenharia de Controle e Automação, integrante da equipe, explica que, para chegar à performance atual, o robô passou por uma série de modificações. Para ele, os erros cometidos nas disputas anteriores serviram como um aprendizado.
– No Touro Maximus, que foi o grande campeão, mudamos a eletrônica toda. Fizemos peças novas, manutenção de peças antigas, consertamos a locomoção e a arma. Se ele é o campeão, é fruto de muito trabalho e empenho da equipe. É muito difícil um robô na primeira competição ser campeão. Estávamos atrás dessa medalha há bastante tempo. Finalmente conseguimos – comemora.
Segundo Marco Antonio Meggiolaro, professor de Engenharia Mecânica e coordenador do grupo desde 2003, a RioBotz é a equipe universitária que ganhou mais medalhas na história da competição. Para ele, o maior prêmio é a formação do aluno e a oportunidade de aumentar a visibilidade da PUC-Rio no exterior. Ele ressalta o desafio de transportar 16 alunos e equipamentos.
– Os alunos serão enge nheiros muito mais completos, com know-how das competições e know-why das salas de aula. Mesmo com bom número de medalhas, não vamos descansar. As outras equipes evoluem e o trabalho é contínuo. É uma operação de guerra levar 16 alunos e mais de 1.000kg de equipamentos para o exterior. Mas vale o esforço porque competimos contra os melhores robôs do mundo, acelerando muito o nosso aprendizado e testando nossos projetos ao limite – destaca.
A RioBotz se tornou referência na área de robótica. A equipe foi formada na Universidade em 2003 e hoje coleciona títulos inéditos para o país. Atualmente, o manual de instrução na construção de robôs da equipe é bibliografia em Universidades e exemplo para grupos brasileiros e estrangeiros. O quadro de conquistas é invejável: em doze anos, soma 120 medalhas e títulos, nacionais e internacionais. Os alunos que participam da RioBotz recebem até 60 horas como atividade complementar. Líder da equipe, Ivan Ekman cursa o 6º período de Engenharia Mecânica, e diz que é um privilégio conduzir o time, pois os problemas enfrentados são parecidos com os do mercado de trabalho.
– O segredo para a minha função dar certo é ter uma boa equipe. Tenho que estar atento às necessidades dos robôs e dos coordenadores, para que tudo possa ser feito em um tempo hábil. Quando as coisas não funcionam em conjunto, os resultados nas competições não aparecem– diz Ekman, que completa três anos de participação na RioBotz.