As ondas de madeira do teto da Sala Cecília Meireles, na Lapa, além de embelezarem o ambiente, têm outro propósito: propagar as ondas sonoras da melhor forma possível. Dentro dessa perspectiva, o local foi reinaugurado como o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo em termos de acústica. A reforma, que durou quatro anos e terminou em dezembro de 2014, também adicionou um espaço social maior, uma sala de concertos anexa e ferramentas de acessibilidade, como rampas, elevadores e sinais em braile.
Agora, o lugar tem cerca de 740 lugares, com assentos para obesos e espaço para cadeirantes. As mudanças acústicas permitem que qualquer pessoa, em qualquer ponto da sala, ouça a música da mesma forma. As especificidades do espaço foram projetadas para que não fosse necessário nenhum tipo de amplifi cação. Uma das propostas da reinauguração foi integrar o ambiente externo ao interno, por meio da abertura dos vãos interiores, além da criação de espaços sociais e de uma sala de concertos populares, batizada de Guiomar Novaes.
O único elemento preservado da antiga sala foi o painel modernista do fundo do palco, que serviu como inspiração para o restante da decoração. O diretor da sala, João Guilherme Ripper, aponta o painel como uma das marcas do espaço.
– Nós o mantivemos porque ele é uma assinatura visual da Sala Cecília Meireles. Sempre que as pessoas vêm, mais marcante que a fachada da sala é o painel. Não dá para disfarçar se você fizer uma gravação pirata aqui na Sala Cecília Meireles. Se está com aquele painel, é a Sala Cecília Meireles. Então, nós mantivemos por conta dessa identificação do público e noss a também.