Cada vez mais tratamentos terapêuticos ganham visibilidade como opção para ajudar pacientes com diferentes tipos de problemas. Enquanto antigamente só se acreditava na medicina tradicional, o uso da terapia e estudo da mente se tornaram grandes aliados no tratamento pessoal, como demonstra a NeuroPsicoTerapia. Para abordar o tema, o Departamento de Psicologia da Universidade promoveu uma série de palestras, em associação com o Instituto de AEDP Brasil, no dia 19 de junho, no auditório do RDC.
O termo NeuroPsicoTerapia vem da tradução de AEDP – Accelerated Experiential Dynamic Psychotherapy, um modelo teórico e clínico de psicoterapia desenvolvido por Diana Fosha, do AEDP Institute of NY. Essa terapia tem como aspecto principal a união entre a mente e o corpo, tratados como um só. Na prática, o intuito é observar os processos do corpo (Neuro) e as conexões que são feitas com os processos mentais (Psico) que pretendem ser tratados (terapia).
A Professora Regina Pontes, também coordenadora do Instituto e certificada pelo AEDP Institute of New York, abriu o encontro com uma introdução sobre a técnica e metodologia dessa prática. De acordo com a professora, a NeuroPsicoTerapia tem o foco no processo de transformação do paciente, baseado na experiência emocional que é profundamente processada pelo corpo. Ela explica que essa abordagem terapêutica tem como intenção criar um ambiente de conforto para o paciente, acompanhado de alguém que ele sinta uma conexão verdadeira, nesse caso o terapeuta, para tratar de sentimentos.
- A conectividade é um imperativo biológico, e a qualidade da conexão estabelecida já é transformadora. Como terapeuta nossa intenção é conectar com o paciente, explorar afetos dolorosos que de forma regulada permitem criar novas experiências. Por exemplo, o paciente pode chegar com um trauma ou experiência dolorosa e no final da consulta, ele pode desenvolver uma outra perspectiva sobre essa experiência – conta Regina.
A professora, que também pratica a NeuroPsicoTerapia, acredita que ao criar uma conexão com o paciente, é capaz de tratar problemas emocionais e com isso garantir um momento de transformação para o paciente. Dentro de um ambiente correto e com uma pessoa verdadeira, a resistência do paciente diminui e ele é capaz de compartilhar sentimentos bons e ruins.
- O terapeuta, ou o facilitador do afeto como gostamos de chamar, deve encontrar o paciente com aceitação, compaixão e ternura. Sempre dar boas-vindas a todas as experiências que emergirem no processo, seja de alegria, tristeza ou vergonha. O terapeuta sempre observa transformações pequenas que podem ocorrer durante o processo, o mais importante é não deixar que um momento de transformação seja perdido.
Além de Regina, a sessão também contou com a presença de outra supervisora certificada do AEDP de NY, Maria Cândida Soares, que tratou das relações humanas como o maior recurso para transformação. O Instituto de AEDP no Brasil oferece cursos e programas para os interessados na prática, além de um atendimento comunitário que promove um trabalho social e possibilita a prática clínica dos participantes dos cursos.