O sonho de muitos alunos do curso de Cinema – ter o próprio filme exibido nas telonas – se tornou realidade para alguns estudantes da PUC-Rio. No dia 18 de agosto, ocorreu a primeira edição do Cineclube PUC-Rio, no Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro, o Cine Odeon, na Cinelândia. Os curtas escolhidos para este primeiro dia foram os documentais Eu Vi Dublado e Mulheres no Funk e os ficcionais Shot e Três João, dirigidos por Júlio Nápoli, Luisa Nolasco, Célio Porto e Rubel Brisolla, respectivamente. Finalizada a exibição dos filmes, o coordenador do curso de Cinema, professor Miguel Pereira, mediou um debate entre o público e as equipes dos curtas.
O encontro começou com as palavras do professor Miguel Pereira e da gerente executiva do Cine Odeon, Daniela Pfeiffer, que saudaram a parceria entre as instituições. Pereira afirmou que os cineclubes servem como ótimos complementos para a formação acadêmica dos alunos. Segundo ele, enquanto a Universidade cuida de uma parte mais conceitual e produtiva da sétima arte, o cineclube, por meio do debate, propicia uma socialização do conhecimento.
- O cineclube se constitui como uma forma social de construir o cinema, de reelaborar o cinema através da visão, através do espectador. Isso constrói, também, o pensamento – explicou.
O diretor e roteirista de Shot, Célio Porto, estava eufórico após a sessão. O filme, que, como ele explicou, mistura influências da versão britânica da série The Office e da metalinguagem de Charlie Kaufman, foi muito aplaudido pelo público. Para o jovem cineasta, qualquer iniciativa que faça os alunos do curso verem os próprios filmes é válida, já que muitas vezes eles acabam não tendo tempo para isso. Sobre a experiência de ver o próprio curta na tela do Odeon, ele disse ser “muito doida”.
- Assistir ao filme é cada vez uma experiência diferente. Aqui, realmente é mais diferente do que o normal. Tem toda a história e é lindo para caraca.
Nem só da presença de diretores e professores foi feita a noite de estreia do cineclube. Estiveram presentes, também, alunos que ainda não tiveram a oportunidade de produzir os próprios curtas. A estudante Beatriz Martins, do 6º período, está na fase inicial da produção de um filme para a disciplina de Projeto II. Para ela, é importante dar visibilidade aos trabalhos dos alunos, a fim de promover a conversa e o debate. Assim como Célio Porto, ela ressaltou a história do Odeon e a relevância de ter a própria obra exibida no local.
- É muito significativo passar o seu filme aqui, como aluno. Dá um friozinho na barriga só de pensar no seu filme sendo exibido nessa tela enorme e com ótimo som.