No último dia da Semana Integrada de Engenharia (SIEng), o Coordenador de Pesquisa em Sensoriamento Remoto & Agricultura de Precisão da Boeing Pesquisa e Tecnologia - Brasil, Marcio Pupin Mello, apresentou um panorama atual da empresa. A palestra ocorreu no dia 20 de agosto, no auditório do RDC, e teve como foco a capacidade de atuação global da Boeing, que, segundo Marcio, atualmente abrange mais de 70% do mercado e conta com cerca de 170 mil funcionários em 70 países.
Ao citar parceiros espalhados pelo mundo, Mello destacou que, no Brasil, há um dos seis centros de pesquisa da empresa, e que, por isso, o país é um importante centro de investimento. De acordo com o ele, o objetivo é estabelecer uma relação entre a Boeing e os talentos brasileiros, de modo que sejam criados benefícios mútuos. O palestrante explicou que as frentes de atuação no país foram pouco afetadas pela crise atual, e continuam em expansão. Além do Brasil, há centros de pesquisa na Europa, Índia, China, Austrália e Rússia.
Em relação ao futuro, Mello exibiu uma foto da mais recente aeronave da empresa, o Boeing 787, cujas asas extremamente flexíveis permitem maior estabilidade ao voo. Para ele, um dos prazeres de atuar na área da aviação é estar em constante contato com discussões e planejamentos sobre tecnologias que somente serão implementadas a longo prazo, entre os próximos dez e trinta anos. O coordenador acredita que é questão de tempo até que os aviões não necessitem de pilotos para realizar viagens comerciais.
— Antigamente, era impensável se cruzar o Atlântico. Depois, era impensável colocar mais de cem pessoas em um avião. Hoje, cruzamos o atlântico com quatrocentas pessoas a bordo. Acho que o maior desafio é a quebra de paradigmas — disse.
Marcio Mello observou que a Boeing trabalha em áreas que vão desde a aviação comercial à defesa aérea, com caças e helicópteros. Além disso, citou programas que incentivam relações da empresa com a sociedade, como o Cidadania Corporativa, que tem por objetivo investir em projetos em diversas áreas da educação. Um dos exemplos é o apoio a estudantes brasileiros de engenharia aeroespacial e aeronáutica do Ciências Sem Fronteiras nos EUA.
Também no auditório do RDC, o CEO do Rock in Rio, Luis Justo, encerrou a SIEng com a palestra Por um Mundo Melhor, na qual falou sobre a história de empreendorismo do festival e os desafios que a empresa tem pela frente. Ele explicou que a origem do Rock in Rio é mais antiga que o próprio evento: quando Roberto Medina foi até os EUA convencer Frank Sinatra a tocar no Maracanã. Segundo Justo, esse fato incentivou Medina a criar o festival. Assim, o contato com Sinatra se revelou fundamental, pois o cantor foi a uma coletiva de imprensa elogiar a capacidade de Medina, o que fez com que os investidores comprassem também a ideia.
Ao exibir um comercial da cerveja Malt 90, que patrocinou a primeira edição do festival, em 1985, Justo defendeu a importância de se criar um ambiente que agregue valores à identidade do evento. Desse modo, o setor de comunicação funciona ao longo de todo ano, a fim de criar expectativas por meio do marketing. Além disso, há grande investimento para se desenvolver acessórios relacionados à marca, como as camisas vendidas no evento, em cuja estampa vem escrito “eu fui.”
O CEO acredita que a insatisfação é uma característica positiva para um empreendedor, pois ela o motiva a buscar constantemente inovações ao longo da carreira. Nesse sentido, ele explicou que a ideia é que o festival também esteja sempre se renovando. Como exemplo, citou o desafio que foi realizar um Rock in Rio inédito em Las Vegas, em maio de 2015, quando concorreram com o mercado americano de entretenimento, o maior do mundo. Atualmente, há planos para inaugurar na Ásia uma versão fixa do festival.
— Temos como ideia nunca perder o espírito de uma start up. Cada abertura de porta é como se fosse o lançamento do primeiro produto — contou.