Seminário sobre jornalismo ambiental expõe obstáculos e caminhos da comunicação ambiental no cenário atual
29/09/2016 19:41
Bárbara Tavares

Biólogos e jornalistas debatem sobre a importância de se preservar o oceano

Entre as diversas áreas que o jornalismo aborda, o jornalismo ambiental tem ganhado evidência devido às constantes e aceleradas mudanças no planeta, e ao seu caráter educativo. No workshop de jornalismo ambiental da Rede Biomar, realizado na PUC-Rio na última terça-feira, a jornalista Paulina Chamorro, ganhadora do Prêmio João Pedro Cardoso do Estado de São Paulo, reforçou que este papel é ainda mais relevante que o de transmitir informação:

– Nessa área, é preciso passar as informações mais complexas da forma mais simples possível. O leitor não é obrigado a entender o vocabulário usado pelos biólogos. Torna-se necessário traduzir os dados. Além disso, como é um assunto mais complicado, acaba ganhando uma linha mais educativa.

As palavras da Paulina foram corroboradas pela jornalista Ana Lúcia Azevedo, do jornal O Globo. “É necessário falar com algum cientista, mas não escrever como um”.

A jornalista Ana Lúcia Azevedo. Foto de Nina Cardoso 

Organizado pela professora do Departamento de Comunicação Social Patrícia Maurício, o seminário, que tinha como tema A conservação marinha em pauta, contou com a presença de biólogos e jornalistas. O Projeto Baleia Jubarte da Rede Biomar – um dos cinco projetos patrocinados pela Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental, junto ao Albatroz, Coral Vivo, Golfinho Rotador e Tamar – foi o primeiro a ser apresentado pela coordenadora do programa e especialista em cetáceos. Criado em 1988, a iniciativa tem como objetivo promover a proteção e a pesquisa de uma pequena população de baleias jubarte na região de Abrolhos, na Bahia. Logo depois, foi formado o Instituto Baleia Jubarte (IBJ), organização sem fins lucrativos.

Com 25 anos de atividade, o Projeto Albatroz nasceu em Santos-SP, e atua pela conservação de albatrozes e petréis, grupo de aves mais ameaçado do planeta. O programa desenvolve ações de pesquisa e monitoramento junto aos pescadores e a instituições parceiras. Segundo a mestre em oceanografia e coordenadora do projeto, Tatiana Neves, atualmente, possui bases em cinco estados do Brasil distribuídas em cidades com estratégicos portos pesqueiros.

Desde 2003, o Projeto Coral Vivo, apresentado pelo seu coordenador, Clóvis Castro, apoia e realiza estudos que servem de auxílio para gestão de unidades de conservação e uso sustentável de recifes, através da compreensão das relações da sociedade com os ambientes de coral. O doutor em zoologia lembrou os aspectos mais importantes dos recifes, como turismo e lazer (renda), alimentação (pesca e renda), proteção da costa e fonte de compostos químicos.

Para Eduardo Carvalho, jornalista especializado em comunicação científica, o desafio comum é que a sociedade reconheça a relevância do jornalismo ambiental.

“Essa área só ganha destaque quando há algum desastre. Isso faz com que o número de profissionais ligados a essa área mantenha-se sempre limitado” – lamentou.

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