Há 38 anos, a pedagoga Sonia Kramer contribui para a pesquisa em educação na Universidade. Em 1979, ela entrou para fazer mestrado e, desde então, se aprofundou a estudar e atuar na área de educação, com ênfase em Educação Infantil e nos primeiros anos do Ensino Fundamental. Também se dedicou a cuidar da qualificação de professores, a trabalhar com políticas públicas e educação, alfabetização, leitura e escrita, infância e estudos judaicos. Graças a esta atuação intensa e de grande qualidade, Sonia tomou posse como Professora Titular do Departamento de Educação no mês de março.
Na Universidade, a professora coordena o Curso de Especialização em Educação Infantil; o Grupo de Pesquisa sobre Infância, Formação e Cultura (INFOC); o curso de pós-graduação em Estudos Judaicos, o curso Trajetórias Judaicas no Rio de Janeiro e Projeto Yiddish como Resistência e Experiência Identitária. Para Sonia, a parceria que ela estabeleceu com a PUC desde 1979 foi fundamental para a formação de sua identidade profissional.
– Trabalhar aqui é uma experiência maravilhosa, pois o campus oferece a oportunidade de interagir com a diversidade, além de trabalhar com pesquisas e projetos sociais.
O prazer em lidar com crianças surgiu durante a faculdade de psicologia, em 1971, que a educadora cursou antes de trocar por pedagogia, em 1973. Ela começou a estagiar logo no primeiro ano e, desde então, se apaixonou pela escola e pelo trabalho de professora.
Ao entrar no mestrado, Sonia tentou, como professora de jardim de infância, entender a política do pré-escolar no Brasil. Em 1988, começou o doutorado, também na PUC-Rio, e em 1992, iniciou o pós-doutorado pela New York University.
Ligada fortemente à cultura e ética judaica, Sonia diz que conseguiu manter o otimismo graças à história familiar. Filha de um sobrevivente do campo de concentração nazista de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial, a professora conta que o pai a ensinou a viver com alegria e com a possibilidade de transformação.
– A educação tem a ver com a escuta e o modo como o educador pode aprender, com o outro, a encontrar pistas para celebrar a vida.
De 1980 a 1990, a professora atuou intensamente em órgãos públicos para pesquisar e participar de políticas para ensino infantil. Uma consultoria resultou, em 1986, no livro Com a pré-escola nas mãos que escreveu sobre o currículo para Educação Infantil. Obra que faz parte de uma produção rica: ela escreveu mais de 80 artigos e participou da elaboração de 49 livros, 24 sãqo de sua autoria e 25 têm a acadêmica como organizadora.
– Ser professora é se inquietar, aprender com o outro, dialogar e sobretudo, agir com responsabilidade.