Um grupo de estudantes da PUC-Rio se organizou em passeata ontem à tarde rumo ao ato em memória da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados na quarta-feira, 14, no Estácio. Cerca de 100 universitários seguiram a pé até a estação do metrô Antero de Quental, no Leblon, onde embarcaram em direção à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), no Centro.
A ideia de ir até a Alerj surgiu após a homenagem feita à Marielle, durante a manhã, na Universidade. Alunos de diferentes cursos se organizaram com o Diretório Central de Estudantes (DCE) para a realizar a caminhada e produzir cartazes. Durante o trajeto da PUC até a estação Antero de Quental, algumas frases de ordem ditas pelo grupo, como “Marielle, presente!” e “Anderson, presente!”, receberam apoio da população – alguns motoristas buzinavam, e pedestres reproduziam as expressões entoadas pelos estudantes da PUC.
Um vagão do metrô foi separado para que os universitários viajassem juntos. Sem dispersar, eles saltaram na estação Carioca e seguiram para o ato principal. Na Alerj, os responsáveis pela organização das falas em microfone aberto anunciaram a presença da PUC-Rio, e todos aplaudiram.
Aluno de Ciência da Computação e representante do DCE, Guilherme Durão, 20 anos, garantiu que não havia nenhuma liderança no ato e, ressaltou, a movimentação nasceu de um momento de união do alunato em solidariedade à Marielle e Anderson.
— O que existe, no máximo, é uma organização puxada pelo DCE com fim de tentar movimentar todos por Marielle, que é fortíssima para a PUC.
Aluno de Química, Welerson dos Santos, 20 anos, comentou que decidiu estar ali pela revolta de testemunhar mais um assassinato de uma mulher negra no Brasil.
- Acho que a Marielle trouxe essa união, juntou o movimento negro, mas também brancos, para marchar juntos contra o racismo e o genocídio do povo.
Colaborou Lethicia Amâncio.