Segundo o autor, a secularização do Estado defendida pelo fascismo era, na verdade, uma máscara que dava legitimidade ao poder e às perseguições de minorias. As massas eram mobilizadas de forma quase religiosa. Haveria um "sacrifício espiritual" que conduziria a sociedade ao amor pela pátria.
Essa visão de sacrifício e de salvação através do sangue tem como inspiração as obras de Sade do século XIX, disse Ginzburg, ressaltando a relação entre literatura e história.
O autor de O fio e os rastros já escreveu mais de quinze livros, entre eles o premiado O queijo e os vermes. Ginzburg é um dos expoentes da micro-história, um ramo da história social que propõe uma análise profunda de um fenômeno a partir de um recorte temático. Já lecionou em Harvard, Princeton, Yale e University of California e, desde 2006, é professor de História da Cultura Européia na Scuola Normale Superiore de Pisa.
Jornal 190