que fez com a designer Ana Laet
Com o aumento do interesse dos designers por estampas, os cursos de desenho industrial tiveram que se adaptar. A PUC criou, em 2003, a cadeira de design de padronagem e, neste ano, a habilitação em design de moda. Já inseridos no mercado, alunos e ex-alunos da Universidade – todos com menos de 30 anos – comprovam que dão conta do recado.
Entre os sucessos da estamparia está a aluna Gisela Pecego, do último período de Desenho Industrial. Ela estagia desde 2005 no escritório da artista plástica Ana Laet, onde colaborou na elaboração de estampas para Maria Bonita Extra, My Philosophy, Luiza Bonadiman, Cavendish e Animale, para a qual está trabalhando atualmente. Ela também desenvolve trabalho autônomo para Ausländer e Thelu. A aluna afirma que gosta de explorar várias técnicas diferentes. Em seu primeiro projeto, desenhava asas de borboletas com tinta e depois soprava com o canudo para dar um efeito "esguichado". "É muito bom poder vestir e ver as pessoas usando uma estampa que fiz", conta Gisela.
Cartão de visita, convite de festa, flyers, layouts de site, cenografia. Renata Americano, formada em 2003, já fez de tudo na área do design e conta que caiu de pára-quedas no mundo da moda. Morou em Barcelona, fez vários cursos diferentes, mas só foi pensar em estamparia no último período de Desenho Industrial. Atualmente, Renata é quem cria e desenha as estampas de roupas de grifes badaladas, como Adriana Barra, Lucy in the Sky, Leeloo, Lenny, Clube Chocolate, Patrícia Vieira, Cantão e Richards. Sua especialidade é estampa corrida. "Eu me sinto livre e à vontade quando sei que tenho todo aquele espaço no tecido para contar a história da coleção", diz Renata, que busca inspiração em tudo o que vê. Para a designer, o toque "imperfeito" do trabalho manual e a cultura visual são fundamentais para obter um resultado exclusivo.
A professora Ana Luiza Morales, responsável pela eletiva de estamparia na PUC, lembra que, antes de os cursos estabelecerem a relação entre a indústria têxtil e a área, as pessoas não conseguiam ver o projeto de moda como sendo também de design. Hoje, a professora afirma que não existe mais este preconceito. Professora de turmas de aproximadamente 30 alunos por semestre e, atualmente, orientadora de dez projetos finais sobre estamparia, ela reforça que o número de designers interessados no assunto está se expandindo e revela, com humor, o segredo da exclusividade: "Não copiar."
Jornal 190