No dia 25, a PUC assistiu em primeira mão ao filme Meu nome não é Johnny, de Mauro Lima. A sessão foi seguida de debate com o diretor, o ator Selton Mello e Guilherme Fiúza, autor do livro homônimo que inspirou o filme, além de João Guilherme Estrella, o próprio Johnny. O bate-papo foi mediado por Mariza Leão, produtora e professora da PUC.
Johnny (Selton Mello) é um jovem de classe média da Zona Sul carioca, que leva uma vida de festas, cercada de amigos. De consumidor de drogas leves, torna-se dependente de cocaína e passa a traficar para sustentar o vício. Ele chega concluir metade do curso de Comunicação, na PUC, e a estudar seis anos de canto lírico, mas a sede por dinheiro leva o comércio de cocaína a dimensões internacionais.
Hoje recuperado, Estrella retomou a carreira de músico. Seu primeiro disco será lançado em janeiro, junto com o filme. Ele diz ter tido sorte de se recuperar da dependência química.
– As instituições que recebem os viciados não têm estrutura para curá-los. Há psicólogos e assistentes sociais, mas são poucos e quase nunca estão presentes, disse Estrella, que passou dois anos no manicômio do Complexo da Frei Caneca.
Durante o debate, surgiram perguntas ao diretor Mauro Lima sobre a criminalização do consumo de entorpecentes.
– Eu não acho que o consumidor de drogas financie a violência, como mostra o filme Tropa de Elite. Assim como quem enche um tanque de gasolina nos EUA não financia a Guerra no Iraque, ironizou Mauro Lima.
Os produtores também quiseram evitar que Johnny seguisse os mesmos passos comerciais de Tropa e, para que a cópia exibida na PUC não corresse o risco de ser pirateada, ela foi marcada com o nome da Universidade. Acabada a pré-estréia, Selton Mello preferiu garantir:
– Eu preciso dessa cópia aqui e agora, brincou o ator.
Edição 193