Todas as seis quadras gramadas de futebol, no Aterro do Flamengo, estão ocupadas, quando Rogério Guimarães e seus colegas de trabalho chegam para bater uma bola. Seria uma cena comum, não fosse o horário: 1h da manhã. Pode parecer estranho ter quem prefira trocar uma noite de sono por umas partidas de futebol. No entanto, assim como eles, muitas pessoas usam o período da madrugada para realizar atividades do dia-a-dia.
– Hoje choveu o dia inteiro e o gramado está todo molhado. Mesmo assim, vamos jogar o nosso futebol até às 3h. Essa é a nossa hora de distração, quando podemos liberar o estresse e relaxar, afirma Guimarães, que dá carona de volta para parte do time, e só chega em casa, em Realengo, às 5h.
A opção de poder “malhar” durante a madrugada faz tanto sucesso entre o público, que a direção da academia freqüentada por Girard e Tatiana, adotou, em 2006, o “Plano Corujão”. O pacote, que dá ao cliente o direito de freqüentar a academia das 21h às 4h, começou como uma proposta para o verão de 2005/ 2006. Os clientes notívagos aprovaram a fórmula, que continua até hoje.
– O “plano” foi bem aceito e resolvemos manter essa forma. As pessoas ficam aliviadas ao saber que a academia é 24 horas. Agora, as pessoas se preocupam com a saúde, mas não têm tempo para fazer tudo durante o dia. Além disso, as pessoas não se preocupam com a segurança, analisa Fernanda Alves, gerente de marketing do estabelecimento.
– O Rio é muito bonito e é exatamente quando a cidade está adormecida que ela fica mais interessante. Não acho que a noite tenha um ambiente hostil. Nesse horário os ladrões devem estar dormindo. Não pegar fila no supermercado torna a obrigação de fazer compras muito mais agradável e tranqüilizante, conta Weiler.
Edição 197