São muitas as novidades no tecido urbano do Rio de Janeiro nesse ano em que a cidade comemora 450 anos. Uma delas surpreende ao entrelaçar-se com a memória da PUC-Rio.
No caminho à beira-mar ao longo do Morro de São Bento antes reservado à Marinha Brasileira, quem poderia adivinhar que é possível descobrir novos ângulos da paisagem e, neles, a mão de um engenheiro que viria a ser Reitor da PUC-Rio?
Essa história começa em meados dos anos 1920, quando um engenheiro de nome Pedro foi convidado para a equipe contratada para a modernização do Arsenal de Marinha da Ilha das Cobras, tarefa complexa que, a cada etapa, lançava novos desafi os.
A equipe era formada por homens experientes, como o Almirante Julio Regis Bittencourt, diretor da obra e do Arsenal e o alemão Hubert Behrendt, encarregado do pessoal técnico. Dela faziam parte também jovens promissores, tais como João Cordeiro da Graça, futuro catedrático da Universidade do Brasil; Maurício Joppert da Silva, que viria a ser Ministro da Viação e Obras Públicas; e Pedro Belisário Velloso Rebello, que abandonaria a profi ssão de engenheiro para construir o futuro em outras frentes de trabalho.
Concluída a obra do Arsenal, o engenheiro Pedro decidiu ser padre e jesuíta e, como Padre Velloso S.J., liderou a obra do campus da Gávea nos anos 1950 e, em duas ocasiões, foi Reitor da PUC- -Rio; empenhou-se na formação de lideranças para o mundo do trabalho e exerceu por décadas o sacerdócio na capelinha do Morro de Santa Marta, em Botafogo, onde é lembrado por gerações como padre e como amigo.
Na obra que ajudou a construir na Ilha das Cobras, na história e na memória da PUC-Rio, no capítulo ainda pouco estudado da Escola de Líderes Operários e no Morro de Santa Marta esse construtor de futuros soube inscrever seus sonhos na vida da cidade e dos cidadãos.