Fruto do trabalho de uma equipe campeã
12/03/2014 19:59
Hugo Pernet / Foto: Gabriela Doria

Edição especial do Jornal sobre a JMJ recebe prêmio Dom Helder Câmara

Dez estagiários e seis profissionais participaram da edição especial de cobertura da JMJ, em julho de 2013

No ditado popular, quem tem boca vai a Roma. Na peregrinação para obter relatos de católicos do mundo inteiro, estimulados pela viagem do Papa de Roma ao Rio, basta um bloquinho, uma caneta, um gravador e muita disposição. Com este espírito, oito repórteres e duas fotógrafas do Jornal da PUC acompanharam o Papa Francisco na primeira viagem internacional, na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no Rio de Janeiro. A experiência destes estagiários, com capas de chuva na cabeça e sapatos sobre a areia das praias da Zona Sul, gerou  frutos além do aprimoramento de técnicas de reportagem: a edição especial, em formato de revista, recebeu o prêmio Dom Helder Câmara, concedido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Não fosse a cobertura da Jornada, esses focas – jargão jornalístico que designa profissional iniciante – jamais se aproximariam de pessoas com características e revelações tão inusitadas. Entre mais de 3 milhões de peregrinos na praia de Copacabana, Rodrigo Zelmanowicz encontrou três irmãs belgas de origem assíria, nação da antiguidade descendente do povo de Abraão. Já Luana Chagas conheceu uma paulistana de 23 anos tocada pela vocação religiosa. A estagiária lembrou que durante a conversa se emociou com a entrevistada, que chorou na maior parte do tempo em que estiveram juntas na Festa da Acolhida.

– Teve um momento em que ela parou de responder, virou para mim e disse que eu daria certo no jornalismo. Disse que eu tinha amor pela profissão e que dava para ver isso de longe. Nessa hora, meus olhos encheram de lágrimas – afirmou Luana.

No Posto Seis da praia de Copacabana, Felipe Marques avistou uma multidão de peregrinos em volta de um grupo de índios. Curioso, descobriu que eram integrantes da tribo Pataxó, com objetos confeccionados na Reserva Coroa Vermelha, no sul da Bahia, para serem vendidos aqui no Rio. Mas os fiéis não estavam preocupados em acumular bens materiais, como constatou Nicole Lacerda, após entrevistar um paraguaio que levou R$ 300 para passar os seis dias no Rio. Resultado: na metade da jornada não havia mais dinheiro na carteira.

A estagiária lembrou ainda que a cobertura da missa final foi o maior desafio. Depois de anunciada a cidade-sede da JMJ de 2016, Nicole andou em direção ao mar para o descanso merecido. No meio do caminho, o telefone tocou: era a chefe, com ordens para entrevistar um peregrino polonês. Na correria, encheu de areia fiéis que rezavam mais próximos ao mar, mas cumpriu a missão.

– A equipe foi muito parceira. Acho que esse foi um dos pontos essenciais para o sucesso do Jornal. Senti uma boa vibração de todos nós, um espírito de ajudar uns aos outros. As chefes sempre nos auxiliavam com telefonemas. A qualquer momento elas estavam ali para nos socorrer. A confiança que elas depositaram em nós nos deu força para conseguir – argumentou Nicole.

No quarto período do curso de jornalismo, Gabriela Mattos ultrapassou as próprias expectativas. Credenciada para entrar no Palácio da Guanabara, observou o Papa apertar a mão da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, junto de repórteres das principais emissoras do mundo. As observações na sede do governo do Rio de Janeiro renderam argumentos para escrever uma crônica no Jornal, cujo título resume as experiências dos aspirantes a jornalista premiados pela peregrinação por caminhos da reportagem antes desconhecidos. Gabriela não hesitou ao escolher o título do texto: “O dia em que brinquei de ser gente grande.”

– Jamais imaginei que fosse ter a oportunidade de ver o Papa a poucos metros de mim. No local, ainda havia a presença da presidente e de jornalistas de várias nacionalidades. Realmente, foi uma experiência inesquecível.

Também participaram da edição a editora-chefe, professora Julia Cruz, a subeditora e chefe de reportagem, professora Adriana Ferreira, o ilustrador, professor Diogo Maduell, a criadora do projeto gráfico e diagramadora, professora Mariana Eiras, o chefe de fotografia, professor Weiler Filho, e o fotógrafo Jorge Paulo Araujo, além dos estagiários Flavia Espíndola, Jullia Mendonça, Luísa Lacombe, Renata Spolidoro e Hugo Pernet. 

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