A RioBotz, equipe de robótica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (CTC/PUC-Rio), foi a primeira equipe de língua não inglesa a participar da BattleBots, torneio mundial de robôs de combate, em Los Angeles, e chegou ao terceiro lugar da competição, com o robô Minotaur. A segunda temporada, que começou em 23 de junho, foi ao ar no canal ABC da TV aberta norte-americana. No episódio final, exibido no dia 1º de setembro, que mostrou as quartas de final, semifinais e grande final, a equipe carioca venceu uma luta e perdeu outra. Os adversários foram os robôs Bronco (2º lugar no ranking da competição) e Bombshell.
Na segunda luta, no dia 7 de julho, contra o adversário BlackSmith, robô americano que compete há 20 anos, o vídeo, divulgado no Facebook do programa, viralizou e alcançou mais de 20 milhões de visualizações.
Na RioBotz desde 2012 e atualmente um dos alunos responsáveis pela parte mecânica do robô, Ivan Ekman conta que as disputas na BattleBots foram uma experiência diferente das que ele já participou, que incluem a Robogames 2013, Stem Tech Olympiad 2014 e Robogames 2015.
– Na maioria das competições de robótica nós levamos vários robôs, nesta só estávamos com o Minotaur. Isso permitiu uma dedicação exclusiva e garantiu o funcionamento perfeito durante todos os combates.
Segundo o piloto do Minotaur, Daniel Freitas, não houve um treinamento prévio do robô. Por causa dos prazos curtos, a finalização da montagem ocorreu nos Estados Unidos. O Minotaur é pesado, com 113 kg e tem um tambor que pode rodar a mais de 10 mil RPMs.
– Sou piloto da equipe há dez anos, e já tinha o know how. O cérebro está acostumado, até porque os tipos de robôs aqui da RioBotz são parecidos. A dinâmica muda um pouco, o tambor é mais pesado, então, acaba sendo mais difícil de controlá-lo, inclusive a parte mais difícil é fazer o robô andar reto –observa.
O grande diferencial do Minotaur é o equilíbrio entre ataque e defesa. Como as categorias das competições são por peso, as equipes ficam livres para criar o tipo de arma e de funcionalidade que desejarem. Algumas dão preferência ao ataque e deixam o robô vulnerável, o que não foi o caso do projeto da RioBotz.
– Os nossos projetos são bem equilibrados, eles têm uma estrutura muito compacta e robusta, conseguimos colocar uma espessura muito boa de parede para suportar os impactos e o cilindro pesa 33 kg – explica Freitas.
A RioBotz foi formada em 2003, já competiu em diversos campeonatos internacionais e totalizou 131 medalhas ao longo do tempo. Devido ao reconhecimento, a equipe foi convidada a participar da BattleBots e teve o robô selecionado dentre mais de 300 inscritos.
Aluno de Design, Vitor Zig entrou na equipe em 2012, quando ainda cursava engenharia de controle e automação. Segundo ele, o clima nas competições é de amizade e companheirismo. Além disso, os integrantes conhecem pessoas com experiências profissionais distintas, desde alunos universitários a astronautas. Dentre os competidores, há times patrocinados pela Nasa, Space X e diversas empresas do Vale do Silício, além de campeões do Reino Unido, Canadá e Austrália.
– Não existe rixa entre as equipes. Sempre emprestamos ferramentas, motores, peças, para outra que esteja sem. Por exemplo, se o robô tiver que entrar em 20 minutos, e o nosso já está pronto, há essa troca, existe um fair-play muito grande.
Segundo, Zig, que participou do projeto do Minotaur e atuou na manutenção do robô durante as lutas, a preparação é grande. Depois de cada luta, o robô deve ser desmontado e remontado. Os erros e acertos são balanceados, e a equipe pensa no que deve melhorar para a próxima disputa.
As expectativas quanto ao futuro do Minotaur são grandes. Segundo Freitas, a RioBotz conta com a renovação para a terceira temporada da BattleBots e a equipe opera em modificações no design do robô baseadas no aproveitamento geral das últimas competições.