Jana Bennett, diretora da BBC Vision, abre ciclo de palestras do projeto Ver Ciência. Jana discursou sobre o uso do aparato tecnológico e da influência da mídia televisiva para disseminar o conhecimento. 

 

Disseminando Conhecimento: A Experiência da BBC foi o tema da palestra da 14ª Mostra Internacional de Ciência na TV, do projeto Ver Ciência 2008. O local foi o Planetário da Gávea, na Cúpula Carl Sagan, onde Jana Bennett, diretora da BBC Vision, maior produtora multimídia do mundo discursou. A escolha não foi à toa, a meta de Sagan, hoje, é o mesmo objetivo da Mostra: contribuir com a difusão do saber científico.

 

A proposta do projeto é que essa disseminação seja encarada como uma forma de prazer, não de maneira didática. O tema que será abordado este ano celebra os 150 anos da teoria da evolução de Darwin. “Fiquei feliz com o convite de estar aqui, representando a BBC no Brasil”, disse Jana. A participação da diretora da BBC reafirmou a qualidade e tradicionalismo da emissora inglesa nas produções na área da ciência. Em 1924, a empresa foi pioneira na radiodifusão mundial e é a mais antiga emissora televisa, data de 1936.

 

A finalidade da emissora é informar, educar e entreter. Dominar a informação é o principal, já que se fosse pelo interesse, o telespectador poderia fazer apenas uma pesquisa na internet e receberia a resposta às suas dúvidas. “É muito mais do que isso. O nosso trabalho abrange a habilidade de tornar um réptil bonito e popular. Qualquer programa deve ser interessante, é a chave para a audiência”, afirmou Jana.

 

A dificuldade se restringe à explicação. A BBC busca facilitar a linguagem científica – psicológica, física e matemática – e evitar um significante déficit de público. “A grande maioria dos estudantes ingleses assistem a programas da BBC, é o nosso trabalho produzir algo para que esses jovens entendam e reflitam”, disse. O desafio é fazê-los interessantes. “É como saber contar histórias”, comparou Jana.

 

A BBC pretende disponibilizar páginas na internet com todos os episódios de cada programa já produzido pela emissora. Pela proposta, os telespectadores poderão também acompanhar 24 horas por dia uma biblioteca online. Será uma fonte de pesquisas ininterrupta, que permanecerá disponível mesmo após o fim de uma atração.

 

A curiosidade do público foi confirmada na observação de um gráfico de procura do site de buscas Google: houve um grande aumento relacionado à procura de uma palavra, Pompeii, horas após a exibição do programa Dr. Who, que tratava de uma série sobre o vulcão em Pompéia. O exemplo instigou a emissora a trabalhar no fornecimento na web de mais informações e imagens sobre seus programas e os temas de que tratam.

 

A diretora acredita que o diferencial é saber usar as novas mídias.  “O objetivo é ousar, porque os telespectadores pedem por mais”, assegurou Jana Bennett. A relação da internet com a televisão está cada vez maior e é a nova aposta da emissora.

 

 

Plantão – Edição 208