Guerra e livro infantis parecem uma combinação improvável, mas para Monteiro Lobato uma realidade triste e dura pôde ser ponto de partida de uma grande aventura para se descobrir outras perspectivas sobre os homens ao embarcar em um mundo mágico. A capacidade de equilibrar fantasia e realidade foi um dos motivos para que o autor fosse escolhido pelo Ciclo de Escritores Homenageados, promovido pelo Decanato do Centro de Teologia e Ciências Humanas (CTCH) e pela Coordenação Central de Ensino a Distância.
Nesta segunda-feira, 7, foi realizada a videoconferência Monteiro Lobato: o intelectual, com a presença dos profissionais da área da Literatura, a professora Rosana Kohl Bines e o doutorando André Muniz de Moura, mediados por Thatty Castelo Branco, Mestre pela PUC-Rio.
Rosana analisou a forma com Lobato abordou a Segunda Guerra Mundial e suas implicações no livro A chave do tamanho, de 1942. Segundo a professora, o escritor inaugura um modo particular para narrar à violência.
– Ao usar palavras como matar, morrer, doer, Lobato sai do campo suave e habitual da literatura infantil. Ele usa a boneca Emília, com seu comportamento cômico e despojado, para falar o que pensava, questionar o que se tem como certo e transmitir esta realidade difícil sem rodeios, explica Rosana.
O escritor considerado pai da literatura infantil brasileira defendeu em suas obras que as crianças não devem estar alheias aos acontecimentos que as cercam. De Moura acredita que o autor projetava crianças criativas e críticas.
– O Sítio do Pica Pau Amarelo é um espaço
Mais videoconferências sobre Monteiro Lobato e outros autores podem ser acompanhadas ao vivo ou por demanda pelo site www.ccead.puc-rio.br.
Plantão - Edição 202
