Novos hábitos de consumo no país
11/05/2015 16:24
Arthur Macedo / Foto: Pedro Myguel Vieira

Segundo especialistas, comércio móvel tende a aumentar

Aplicativos de turismo e serviços estão entre os que mais colaboram para os números do mobile commerce

Dados da empresa de pesquisa Ipsos e da PayPal, sistema eletrônico de transferência de dinheiro, revelam que o Brasil está à frente da média mundial no hábito de compras on-line via smartphones e tablets. O crescimento do mobile commerce (comércio móvel) é recente. Segundo o último WebShoppers, relatório semestral que analisa a evolução do mercado eletrônico e disponibilizado pela empresa e-bit, em janeiro de 2010 o mobile commerce não contribuía na geração de receitas do e-commerce (comércio eletrônico). Porém, em 2014, as vendas por dispositivos móveis tiveram uma participação de 9,7% nas receitas.

Fundador do site Booknet, primeiro negócio virtual de sucesso no país, Jack London, acredita que o comércio virtual vai migrar para o mobile. Em relação ao Brasil, ele destaca que o universo virtual mais forte já é o smartphone.

– No Brasil, internet é sinônimo de smartphone. As vendas de desktops e laptops despencam a cada ano. Criamos cerca de 12 mil aplicativos por ano, o que mostra a força dos dispositivos móveis – explica.

Colunista do jornal O Globo e especialista na área tecnologia Cora Rónai aponta o mesmo caminho. Para ela, muitas pessoas não usam mais a internet de outra maneira.

– Minha impressão é de que os aplicativos estão melhorando muito, e isso ajuda também. O aplicativo do Bradesco, por exemplo, é excelente, e melhor, a meu ver, do que a sua versão web. Mas, ainda assim, vários precisam melhorar a usabilidade, por exemplo. E a segurança também é fundamental – analisa.

Frente a esses números, o diretor de Comunicação e Marketing da Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico, Gerson Rolim, diz que o varejo on-line deve ampliar os investimentos no cenário mobile.

– Como as telas de smartphones e tablets são sensíveis ao toque e menores que a de computadores, a palavra de ordem nesse cenário de smartdevice é criação de sites móveis e de aplicativos específicos para esses dispositivos. Assim, cada vez mais pessoas vão aproveitar a praticidade de realizar compras com menos cliques, a qualquer hora e em qualquer lugar – afirma.

A economia digital não é exclusividade das classes A e B. Jack London, que também é professor de MBA em Management do IAG, destaca o fato de a classe C ser uma das mais importantes para os números do mobile commerce. Ele lembra que, no Brasil, há cerca de 350 milhões de aparelhos nas mãos de 210 milhões de pessoas. O preço acessível de modelos de smartphones permitiu a expansão do mercado para fora das grandes cidades.

Os aplicativos de turismo e de serviços, como aqueles que servem para solicitar táxis, por exemplo, estão entre os que mais colaboram para o comércio eletrônico. Outro fato importante é que, devido ao envelhecimento da geração, a idade média dos compradores on-line também cresce e está entre os 35 e 40 anos.

A tendência para os próximos anos é a manutenção do crescimento do comércio eletrônico, média de 20% ao ano. Gerson Rolim analisa que, enquanto a quantidade de consumidores eletrônicos atingiu cerca de 51,5 milhões, a População Economicamente Ativa (PEA) já passou de 105 milhões, além da quantidade de internautas, que deve ultrapassar os 110 milhões neste ano. Portanto, ainda há espaço para, pelo menos, duplicar o número de compradores on-line.

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