Entre a ação e a cooperação: a Associação dos Funcionários da PUC-Rio
17/11/2017 14:56
Antônio Albuquerque e Eduardo Gonçalves, Núcleo de Memória da PUC-Rio

Antônio Albuquerque e Eduardo Gonçalves, do Núcleo de Memória da PUC-Rio, abordam as mudanças na forma de organização dos funcionários das instituições de ensino superior após a Reforma Universitária, e refletem sobre a criação da AFPUC

Os funcionários do quadro técnico-administrativo das universidades brasileiras até os anos 1960 quase não participavam dos processos decisórios das instituições. A partir de 1968 a Reforma Universitária redefiniu as áreas de ensino tradicionais e passou a separá-las em centros e departamentos. Foi nesse contexto de mudanças que os funcionários das instituições de ensino superior começaram a se organizar em agremiações. A Associação dos Funcionários da PUC-Rio (AFPUC) foi criada em 20 de agosto de 1968, sem fins lucrativos e filiação político-partidária.

Assembleia da AFPUC no antigo salão de vidro (1980). FOTO: Antônio Albuquerque/Acervo Núcleo de Memória

O perfil de atuação do Clube dos Funcionários, como era então chamada a AFPUC, era recreativo e comunitário. O primeiro estatuto de 1968 destaca seus principais objetivos: “estimular as atividades comunitárias e promover a confraternização entre os funcionários”. O documento também revela as tensões e os conflitos da sociedade brasileira durante os anos de ditadura militar. O item “Das penalidades” ressalta que “censura” e “exclusão” poderiam ser aplicadas ao associado que promovesse “tumulto ou conflito”. 

Em 07 de dezembro de 1977, o Anuário da PUC-Rio registra a aprovação do regimento da AFPUC pelo Conselho Universitário. A Associação, reconhecida oficialmente, começa a mudar o seu perfil de atuação com a eleição de uma nova diretoria. Os anos 1980 foram marcados pela crise econômica no Brasil e pelo desequilíbrio financeiro nas contas da PUC-Rio. Os funcionários reunidos em assembleias e comissões trouxeram para a pauta das discussões as revisões de planos de cargos e salários, a necessidade de participação nos órgãos colegiados, entre outras reivindicações. Um dos resultados dessas negociações foi a conquista do direito de representação nos órgãos colegiados. 

A experiência associativa dos funcionários incentiva a solidariedade e o encontro, além de ser um canal de representação e de construção de sua identidade no mundo do trabalho. O desafio dos tempos atuais é ampliar a participação e a prática da cidadania universitária entre os associados.

Antônio Albuquerque e Eduardo Gonçalves - Núcleo de Memória da PUC-Rio

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