Sergio Besserman discute como as mudanças climáticas interferem na economia e na gestão de empresas

Quando se trata de mudanças climáticas só se pode ter duas certezas: elas serão radicais e a única atitude possível é se preparar. Foi o que afirmou o economista Sergio Besserman, professor do Departamento de Economia, durante a abertura dos cursos de MBA da Escola de Negócios da PUC-Rio, IAG, no dia 1º de outubro. Na palestra Economia, Administração e Mudanças Climática, Besserman analisou como essa realidade interfere na economia e na gestão das empresas. Para ele, a maneira como uma companhia se posiciona sobre o tema vai definir se ela sobrevive.

Diferente do que os ambientalistas defendiam no século XX, as mudanças climáticas não serão um problema para o futuro, os problemas já existem na atualidade, diz o ambientalista. Ele considera ingenuidade acreditar que o ser humano pode salvar o planeta, mas defende a necessidade de tomar atitudes para reduzir os impactos.

– O mundo vai mudar profundamente, isso é fato. A única coisa que podemos fazer é estar preparados para essas mudanças. É preciso ter uma visão abrangente do tema. Há alguns dias estive em uma passeata sobre sustentabilidade que reuniu cerca de 400 mil pessoas em Nova Iorque, e uma coisa que me chamou muito a atenção foi uma menina que segurava um cartaz em que se lia: It’s all conected (está tudo conectado). Acho que isso tem tudo a ver com essas discussões. O assunto mudanças climáticas faz parte da vida e deve estar presente em todas as esferas.

A empresária Luciana Neuss, de 55 anos, tem uma empresa de desenvolvimento de negócios, e decidiu participar da palestra por admirar o trabalho de Besserman.

– Achei que ele deu exatamente o direcionamento da atualidade. Trabalho com conexões internacionais e faço a ponte para empresas que querem se estabelecer no país e, no mercado, noto uma crescente preocupação com o tema, mais do que qualquer outro.
Besserman citou as conferências da ONU sobre meio ambiente e desenvolvimento sustentável – Estocolmo, Rio 92 e Rio+20. Ele espera que os mercados, países e governos observem o princípio da precaução e o cuidado com o futuro ao definir um plano de sustentabilidade até dezembro do ano que vem, a fim de cumprir a agenda pós 2015, firmada na Rio+20.

– O fator ambiental vai nortear os investimentos e o planejamento estratégico tanto das empresas, quanto das cidades. Sustentabilidade tem tudo a ver com economia, sociabilidade e o mundo dos negócios. É necessária uma mudança cultural, porque, de fato, está tudo conectado.