Dez anos de contribuição para cidadania e leitura
15/06/2016 17:32
Elissa Taublib

Um dos objetivos do projeto é formar o indivíduo em diversos aspectos

Varal de Poesias é uma das diversas atividades organizadas pela Cátedra Unesco de Leitura em comemoração ao décimo aniversário da instituição e para incentivar o gosto pelo texto


Leitura é um processo de esclarecimento. Ela abre um outro mundo por meio das palavras e da compreensão do texto, da linguagem, e pode ajudar na formação de uma nova consciência. É acreditando nisso que, na última década, a Cátedra Unesco de Leitura da PUC tem trabalhado na formação do indivíduo em diversos níveis e lugares. Projetos sociais, como o Destrava Línguas, consultorias de políticas públicas de leitura e pesquisas que analisam o fenômeno das trocas e interpretação marcam os dez anos de contribuição social da Cátedra.

A instituição tem uma das maiores bibliotecas latino- -americanas de literatura infantojuvenil. O acervo foi doado pela presidente do Conselho de Desenvolvimento do Instituto Interdisciplinar de Leitura (iiLer), professora Eliana Yunes, do Departamento de Letras, e tem cerca de 20 mil livros, dos quais aproximadamente 17 mil são do gênero infanto-juvenil. As instalações do instituto foram inauguradas em 2007.

Segundo o coordenador da Cátedra, Érico Braga, o trabalho realizado no instituto de pesquisa científica é o de incentivar o indivíduo a conquistar a liberdade através de si mesmo. E essa conquista só pode ser feita a partir da consciência do que o indivíduo já foi, do que ele é, e do que pode se tornar.

– Conseguimos nosso espaço dentro da PUC e a chancela da Unesco, que foi fundamental como marca de apoio. Nasceu, então, a Cátedra UNESCO de Leitura, com apoio interdepartamental e atuação interdisciplinar.

De acordo com o coordenador, o principal objetivo da Cátedra é o de criar uma rede de articulação de leitura para permitir o contato entre pesquisadores da área. Segundo ele, a partir da criação da Rede de Estudos Avançados em Leitura (Reler), as pessoas passaram a perceber que o problema da leitura aflige a todos e começaram a trabalhar em conjunto.

Braga descreve alguns trabalhos sociais da Cátedra nesses dez anos. Entre eles, a coordenação nacional do projeto Agentes de Leitura, do Ministério da Cultura, quando um agente vai até a casa de uma pessoa sem acesso à leitura. Por meio de atividades, ele tenta demonstrar para os moradores que eles têm capacidade cognitiva em relação ao mundo e aos objetos, mesmo que ela seja analfabeta. O coordenador relata que uma das atividades consiste em pegar objetos antigos do dono da casa, colocá-los no chão e perguntar quem deu o presente. Para Braga, lembrar da história do objeto é um pretexto para que a pessoa se lembre das relações dela com os outros, com a vida, e com a própria história de leitura.

– O agente te apresenta à leitura, ao livro e a si mesmo através das memórias. Nos interessamos como as pessoas entendem de um assunto e o que isso pode revelar sua capacidade de dizer alguma coisa a respeito de sua existência.

A vice-diretora do iiLer, Gilda Carvalho, realça a importância do Agentes de Leitura para tornar o trabalho da Cátedra reconhecido no Brasil. Ela lembra do Destrava Línguas, programa de formação de leitores para funcionários da PUC, feito com a Gerência de Recursos Humanos (GRH), assim como o Clube de Leitura para os funcionários.

Para o diretor do Instituto Interdisciplinar de Leitura (iiLer), Alessandro Rocha, a Cátedra trabalha com uma noção de leitura mais ampla, pois trata de uma leitura de mundo que se relaciona com formação de cidadania.

– A interdisciplinaridade é fundamental. Queremos entender como a leitura pode ajudar no ensino de outras disciplinas, e como as outras disciplinas, com seus instrumentos, podem contribuir no tema da leitura – comenta o diretor.

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