Resistência para ganhar o cinturão
30/05/2014 15:31
Diego Roman/ Fotos: Gabriela Garrido

Ex-lutador da Seleção Brasileira treina competidores de UFC

O lutador de MMA José Aldo participou, ao lado de Orlando Folhes, de uma demonstração no ginásio da PUC

Treinar para aguentar os cinco rounds no octógono, evitar a derrota e colocar o adversário no chão. Essa é filosofia de trabalho aplicada pelo professor da Coordenação de Educação Física da PUC-Rio e preparador físico de lutadores de MMA, Orlando Folhes. Com passagem pela Seleção Brasileira como atleta de wrestling, ele é graduado em educação física e é mestre em Ciências em Desporto pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Utad), Portugal. No dia 23 de maio, o instrutor demonstrou, no ginásio da Universidade, como é o treinamento, com a participação do campeão de UFC, na categoria de peso pena, José Aldo.

 Após se formar em educação física, Orlando foi procurado por atletas de wrestling, e alguns deles lutavam Vale Tudo. O professor, então, foi chamado para trabalhar na Seleção Brasileira como preparador físico, o que lhe deu mais visibilidade. Com isso, mais atletas o procuraram para treinar. Orlando recebeu convite do treinador de MMA André Pederneiras, para que ele integrasse sua equipe em uma luta. Era o confronto de José Aldo contra Chad Mendes. A partir daí, ele começou elaborar programas para aumentar a resistência de atletas de mais renome, como o próprio José Aldo, Léo Santos, Cigano, Marlon Sandro, entre outros.

 O preparador diz que há todo um processo para os treinamentos. Ele conta que existe um sistema para que os desportistas não sintam tanta dificuldade nos exercícios.

 – Minha proposta para os lutadores é passar o que eles precisam passar, é um macro- ciclo inteiro. Eles começam com duas semanas de antecedência, quando definem a luta. Então, fazemos uma mescla de valência física necessária, logo preparamos o organismo dos lutadores para cada virada de ciclo. Quando chega o dia da luta, os atletas se apresentam com a melhor forma possível.

 Segundo Orlando, para que tudo ocorra bem, é necessário um trabalho em equipe. O professor atua em conjunto com nutricionistas e profissionais da área ortomolecular.

 – Estamos sempre mantendo contato para que, se necessário, fazer alguma mudança. Precisamos estar em sintonia para haver uma atuação conjunta.

 Na demonstração no ginásio da PUC, Orlando contou com a ajuda de José Aldo. A aula, aberta ao público, serviu para mostrar um pouco do programa desenvolvido por Orlando. A série de exercícios, no entanto, pode ser adaptada para aqueles que não são atletas.

 Segundo Aldo, os treinos são bem pesados e é preciso manter contato permanente com o preparador físico, mesmo fora das épocas de competição.

 – O preparo para o treinamento é bem complicado. Sempre que passam as lutas, temos que conversar com o professor Orlando e assim manter o corpo ativo. Quando voltamos para a prática dos exercícios, já estamos mais prontos, e isso é meio caminho andado. Bem diferente do que começar do zero. No início, se sofre um pouco, mas isso faz parte. Todo atleta de alto rendimento precisa estar bem preparado fisicamente para que, quando chegar o dia da prova, ele possa mostrar que está cem por cento e certo de que fez um trabalho bem feito.

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