Tecnologia que garante o pódio
16/05/2016 16:26
Por: Matheus Paulo Melgaço / Foto: Fernanda P Szuster

RioBotz tem uma das melhores participações da história

Conhecidos como humanóides, os robôs Usain Volt e Psy Volt, que correm e dançam, conquistaram o ouro


A RioBotz, equipe de Engenharia Robótica da PUC-Rio, ganhou nove medalhas na RoboGames, principal competição de tecnologia robótica do mundo, que ocorreu entre os dias 8 e 10 de abril em Pleasanton, na Califórnia, nos EUA. O campeonato reuniu 30 países em 56 categorias. Dentre as nove medalhas ganhas, quatro foram de ouro, duas de prata e três de bronze. O número é maior em relação ao do ano passado, quando a equipe ganhou seis medalhas no total.

Além dos famosos robôs conhecidos como humanoides que dançam, correm e lutam, a novidade deste ano foi a presença de um novo robô chamado Slackline, que ocupou o terceiro lugar na categoria Balancer-Race. Feito em apenas dois meses antes da competição, o primeiro robô da RioBotz a participar desta categoria tem o objetivo de correr um percurso com obstáculos e, ao final, permanecer equilibrado durante cinco segundos. O nome remete ao esporte cuja finalidade é se equilibrar em cima de uma fita de nylon.

O Slackline foi desenvolvido pelo mestrando em Engenharia Mecânica, com ênfase em Robótica, João Virgolino e o graduando em Engenharia Mecânica Gabriel Fischer. Segundo eles, o maior desafio foi criar um robô do zero, isto é, sem ter nenhum parecido com ele na equipe.

– Começamos a montá- -lo faltando dois meses para a competição. Não tivemos uma base muito grande, porque não temos um robô desta categoria. A tecnologia envolve mecânica, dinâmica, programação e eletrônica. Ele tem que andar, ficar estável e desviar de objetos.

Virgolino comentou a dificuldade de montar um robô com os poucos recursos financeiros que a equipe tinha. Ele destaca, entretanto, que a criatividade e a persistência garantiram o êxito.

– Nós estávamos com pouco dinheiro, então, usamos materiais baratos. A estrutura, por exemplo, é feita de cabo de vassoura que o pessoal usa em casa. Ele tem o giroscópio, que é um sensor que consegue medir a aceleração da gravidade para conseguir o equilíbrio. A eletrônica e o controle fazem com que os motores atuem para que ele mantenha o equilíbrio. A competição nacional não tem uma categoria parecida com esta.

Localizado no centro, o Slackline, ganhou medalha de bronze nos EUA


A equipe teve uma das melhores participações da história com nove medalhas. Nos últimos três anos, a RioBotz descobriu baterias, motores e controladores eletrônicos que, de acordo com o coordenador da equipe desde 2003, professor de Engenharia Mecânica Marco Antonio Meggiolaro, ninguém ainda tinha usado nessa competição.

– Eles tiveram um excelente desempenho com os humanoides que são robôs que exigem muita programação, além do self-balancer, um robô autoequilibrante que foi desenvolvido em pouquíssimo tempo. A competição é muito acirrada. A grande maioria dos adversários é de engenheiros experientes. Mas o esforço dos alunos é impressionante. É algo desafiador estar na fronteira do conhecimento. Atualmente, grande parte das equipes usa componentes que nós descobrimos.

Segundo o professor, os alunos têm a oportunidade de aplicar os conhecimentos teóricos na RioBotiz. Meggiolaro conta que o mercado de trabalho reconhece o que é feito dentro da Universidade.

– A oportunidade de participar da RioBotz é algo que faz diferença na formação do aluno. Eles têm uma base muito forte de matemática e outras disciplinas na sala de aula, mas nunca vão ter o tempo suficiente de laboratório para desenvolverem sozinhos os equipamentos. Na RioBotz existe a oportunidade e proatividade de fazer. O que os meus ex-alunos dizem é que, quando vão para uma entrevista de emprego e falam que já foram da RioBotz, abre-se automaticamente um sorriso no entrevistador.

O capitão da equipe, Eduardo Monte, estudante de Engenharia Mecânica, acredita que o grupo amadureceu com a competição. Ele lembra momentos difíceis no campeonato, como a reconstrução do robô Máximus em 30 minutos.

– Apesar de não termos conseguido o primeiro lugar com o Touro Máximus, a equipe foi muito bem. Perdemos por azar. Mesmo o grupo sendo muito novo, mostramos maturidade nos momentos difíceis. Conseguir reconstruir o Máximus em 30 minutos é motivo de orgulho. É incrível ver o self-balancer sair do papel. É um projeto inédito. Tivemos bastante ajuda do Meggiolario, que sempre se mostrou à disposição de extrair o melhor de cada projeto.

O capitão ainda revela que a equipe está projetando três novos robôs para a competição nacional, que ocorre em Mauá, no estado de São Paulo, no dia 7 de junho.

– Estamos em fase de definição do projeto, então não podemos dizer muita coisa sobre a próxima participação deles na competição. Mas a equipe, desde já, está pesquisando e colocando o que tem de melhor para o desenvolvimento deles.

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