A Educação Financeira é um tema cada vez mais recorrente no Brasil. Segundo especialistas, há uma maior preocupação sobre a questão no mundo inteiro, em especial na educação das crianças. Para inserir o assunto na sociedade, o governo brasileiro criou em 2010 a Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef). Com isso, foram definidos métodos que devem ser adotados pelas famílias.
De acordo com a professora do Departamento de Administração Liana Ribeiro dos Santos, funcionária do Banco Central, o assunto ganhou relevância por conta da estabilidade econômica.
– Famílias, instituições financeiras, a academia, o governo, todos estão preocupados. O tema está cada vez mais presente, porque houve uma inserção muito grande das pessoas no mercado financeiro.
Para ela, a educação financeira deve ser debatida em casa com os filhos. É importante colocar a criança em contato com dinheiro, mostrar como usá-lo da melhor forma e ensinar que os recursos são limitados.
– Hoje, com o dinheiro de plástico (cartão de débito e crédito), a criança acha que o dinheiro está no cartão, mas pode não ter na conta. Então tem que mostrar que aquilo está associado a um recurso.
O economista Luis Carlos Ewald acredita ser de extrema importância pais educarem filhos financeiramente para prepará-los à realidade da sociedade capitalista de consumo. Para ele, a famosa ‘mesada’ é uma das melhores formas de introduzir as crianças no mundo das finanças.
– O melhor aprendizado é na base do exemplo dos pais. O que pode ajudar é a chamada mesada, para que possam ter o próprio orçamento. E sempre informar aos filhos se os pais têm dinheiro ou não. É preciso dar limites.
Segundo o professor de Finanças da PUC-Rio Alexandre Canalini, é fundamental organização e planejamento financeiro. Para isso, é necessário traçar um orçamento e calcular tudo o que se recebe e o que se gasta.
– Para fazer um orçamento, basta você pegar o extrato da sua conta-corrente e do seu cartão de crédito dos últimos 90 dias e listar tudo que saiu e tudo que entrou. Orçar de cabeça não funciona porque gastos pequenos, não relevantes, quando somados, não vão entrar na conta.