Preços esquentam o comércio da orla
13/03/2014 15:39
Diego Roman/Foto: Gabriela Garrido

Calor forte dispara o custo de itens vendidos no calçadão

Mesmo custando R$ 6, o coco é um dos produtos mais vendidos da praia

Como em todo verão, as praias do Rio de Janeiro têm recebido inúmeras pessoas, entre turistas e moradores da cidade, que tentam escapar das altas temperaturas registradas. O calor tem alterado a vida das pessoas, não só por causa do incômodo, mas também pelo preço dos produtos vendidos na praia. Se de um lado os comerciantes afirmam que gastam mais para conservar os alimentos, o que justificaria a elevação dos preços, do outro, consumidores reclamam dos “salgados” preços cobrados. O coco, por exemplo, custa R$ 6 em quase todos os quiosques de Ipanema, quase o triplo do valor cobrado nos supermercados.

 Para a paulista Mirla Gomes, 28 anos, os preços estão “absurdamente mais caros”. Ela acredita que o aumento do movimento na praia, por causa do número de banhistas que tem ido se refrescar, é um dos principais fatores que motivaram os comerciantes a aumentar os preços.

 – Vimos uma porção de frango a passarinho a R$ 60. A cerveja, que no ano passado, custava entre R$ 4 a R$ 5, hoje custa R$ 6 – observou Mirla.

 Dono de uma barraca na areia, Marco Antônio Lopes, 42 anos, justifica o preço do aluguel de cadeiras e de guarda- sóis, por exemplo. Segundo ele, a prefeitura fornecia os itens para as barracas e pagava a manutenção. Mas este ano, a parceria foi cancelada, obrigando os comerciantes a arcar com os custos.

– Agora são os vendedores que pagam o conserto e que compram as cadeiras. Cada assento custa R$ 60. Antes cobrávamos de R$ 4 a R$ 6, agora temos de cobrar de R$ 10 a R$ 15 – afirmou o comerciante.

 Para compensar o valor cobrado pelas cadeiras, Lopes afirma que tenta manter o preço das bebidas, pois assim, consegue manter uma clientela fiel. Neste verão, ele disse ter vendido mais do que no mesmo período do ano passado. Porém, o gasto com gelo aumentou, pois o calor forte faz o gelo derreter mais rápido.

– Durante a semana compro cinco sacos por dia, mas no fim de semana tenho que comprar dez – contou o dono da barraca.

Já donos de quiosques do calçadão afirmam que estão com dificuldades nas vendas. Segundo os comerciantes Fernando Abreu Mendes, 27 anos, e José Venício Laurentino, 29 anos, sócios de um ponto em Ipanema, as vendas deste verão foram mais fracas que no mesmo período em 2013. Para eles, a diminuição é consequência do clima.

– Neste calor, as pessoas preferem trazer os alimentos a comprar no calçadão – comentou Laurentino, que afirmou ainda ter aumentado o preços dos produtos, porém, como não conseguiram o retorno esperado, decidiram recuar e voltar à tabela anterior.

Quem tem lucrado neste verão são os vendedores de gelo. No calçadão de Ipanema, é comum ver vários ambulantes em bicicletas, vendendo sacos de gelo para os quiosques e as barracas de praia. Entre eles, Marcos Pereira, 20 anos. Ele tem vendido cerca de 50 unidades por dia.

 – Em outras épocas do ano, eu vendo, em média, de 20 a 25 sacos – contou.

Edição 278

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