Poema da Virgem
10/06/2014 17:18

Trechos retirados do livro Poema da Bemaventurada Virgem Mãe de Deus, Maria. ANCHIETA, José de, 1534-1597, disponível na Biblioteca Central da PUC-Rio

Dedicatória

Eis os versos que outrora, ó Mãe Santíssima, te prometi em voto, vendo-me cercado de feros inimigos. Enquanto entre os Tamoios conjurados, Pobre refém, tratava as suspiradas pazes, tua graça me acolheu em teu materno manto e teu poder me protegeu intactos corpo e alma. A inspiração do céu, eu muitas vezes desejei penar e cruelmente expirar em duros ferros. Mas sofreram merecida repulsa meus desejos: só a heróis compete tanta glória!

Beleza, força e glória

Salve, ó Maria! adorna-te beleza tão divina, que teu esplendor sobrepuja o dos coros angélicos. Salve ó Maria! Teu humano semblante é tão nobre, que sua formosura vence todas as belezas terrenas. Tu has de restaurar o firmamento, restituindo aos céus a primeira firmeza. Apoiada na força invencível de teu Filho, repararás com a nossa gente a ruína dos anjos.

Tesouro do justo 

Bemaventurados aqueles, cujo peito e aspirações todas vai devorando o fogo do teu amor! Bemaventurado quem na solidão bendita de uma noite serena, de tanto te amar, em ti medita, e de tanto meditar mais te ama! Bemaventurado quem se assenta ao limiar de tua virgindade e vigia de contínuo às tuas portas. Quem no peito amante revolve as altas glórias de tua conceição, que é a porta de ouro de tua vida. Ele experimentará o carinho inefável do teu amor e envolverá num corpo casto uma alma pura.

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