Jovens biólogos
24/07/2015 15:35
Eduardo Manhães / Foto: JP Araújo

Formandos contam a experiência de participar da primeira turma de Ciências Biológicas da PUC-Rio

Após a cerimônia de formatura, biólogos comemoram a conquista do diploma

Seis jovens comemoraram, no dia 22 de julho, mais uma etapa da vida acadêmica. Em meio a diversos estudos sobre a fauna, a flora e o meio ambiente, eles seguiram seus sonhos e alcançaram o título de bacharel em Ciências Biológicas. Diante de pais, familiares, amigos e do corpo docente, os estudantes ergueram os braços como sinal de uma vitória construída durante quatro anos. Assim, se formou a primeira turma de Ciências Biológicas da PUC-Rio.

A mais jovem, Mariana Milman, de 22 anos, é israelense e veio morar com os pais no Brasil quando ainda era criança. Passou por Curitiba, Porto Alegre e, por fim, chegou ao Rio de Janeiro, onde vive há mais de 15 anos. Segundo ela, a “força do destino” foi importante para o ingresso na PUC-Rio, já que ela estava em dúvida com relação à escolha do curso e havia perdido a data de inscrição das outras universidades que a convocaram. Durante os quatro anos da graduação percebeu no curso um diferencial: a habilidade de atuar em diversos âmbitos biológicos, desde a pesquisa até a resolução de questões voltadas ao meio ambiente.

Atualmente, Mariana leciona no colégio Qi como professora substituta e monitora, mas tem planos de continuar os estudos na área.

- Eu quero voltar para Israel para fazer o mestrado, voltado para a medicina veterinária. Pretendo ir para o zoológico bíblico de Israel, como bióloga, uma área que já tenho bastante experiência. Ano passado, fiquei alguns meses trabalhando em Israel com um veterinário em translocações, viajei em um jipe pela região para cuidar de diversos animais, como camelos.

Em meio ao sentimento de orgulho e admiração do pai, Jaques Milman, que apoiou a filha durante toda trajetória, Mariana entrou para a história da Universidade ao ser a primeira oradora do curso e pôs em palavras, emoções sobre a vocação, a união e também uma homenagem especial ao professor Alexandre Gabriel Christo, que morreu em março de 2014.

Os formandos Caio Baez e Ana Carolina Bergallo têm em comum mais que a paixão pelos seres vivos. Ambos trocaram de curso para seguir as Ciências Biológicas. Caio veio da Engenharia Ambiental e Ana, da Arquitetura. Enquanto ele já sabia da vocação pela Biologia, ela descobriu inclinação pela carreira aos poucos, mas os dois viram no curso a oportunidade de se encontrar profissionalmente.

Ao decorrer da Engenharia Ambiental, Caio não se identificou e, ao abrir o curso de Biologia, percebeu a chance de seguir a carreira desejada. Pediu transferência e, garantiu, apesar de fazer parte da primeira turma, não viu grandes obstáculos. A experiência profissional começou, há dois anos, com um estágio no instituto de pesquisa na área de botânica no Jardim Botânico e, agora, ele está empregado no Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora), no mesmo local.

- Pretendo fazer um mestrado e até quem sabe um doutorado na área de botânica. Meus projetos são dessa área, então decidi continuar nesse caminho mesmo.

Aos 16 anos, Ana Carolina prestou o vestibular para Arquitetura. Ao longo do um ano e meio em que frequentou o curso, ela percebeu uma maior afinidade com questões geográficas e ambientais. A dúvida, então, era para qual curso deveria mudar: Geografia ou Biologia. Para resolver a questão, começou a fazer disciplinas das duas áreas e por fim, viu na Biologia algo mais próximo a ela.

- A formação da PUC cumpriu com as minhas expectativas, pois tem viés bem ambiental, por tratar de gestão ambiental e políticas públicas e não só da parte laboratorial, o que as outras universidades não fazem.

Assim, Ana conseguiu trabalhar em duas iniciações científicas, uma no Jardim Botânico com floras de campos de altitude no Parque Estadual dos Três Picos e outra na PUC-Rio, com os efeitos da fragmentação em uma comunidade de palmeiras, na mata atlântica, no estado do Rio.

Junto a eles estiveram André Lorêdo, Débora Garrido e Gabriel Machado. Seis jovens biólogos distintos, mas unidos pela vocação, companheirismo e o amor pela vida. Essas marcas foram destacadas e conduzidas pelas seguintes palavras de Fernando Pessoa, citadas no discurso da oradora: “Viver não é necessário; o que é necessário é criar”.

Para assistir ao vídeo da formatura clique aqui.

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