Cartas aos Jesuítas
10/06/2014 17:01

“A história póstuma de José de Anchieta merece vir à luz. Reunir as suas cartas, seus escritos vários, em prosa e verso, é uma dívida que não admite mais moratória”

“Prega o Padre Manoel da Nóbrega a miúdo em todas elas, ainda que com muito trabalho de sua pessoa por suas muitas e contínuas enfermidades que cada dia padece, se lhe vão acrescentando, ordenando-o assim a divina disposição, para maior merecimento seu. Esta quaresma esteve algum tempo em uma das povoações, que é a principal, chamada Santos, pregando três vezes em a semana e confessando muitos dos escravos por intérprete. E perseverou em este ministério até que mais não pôde, pondo sua alma por seus Irmãos, porque adoeceu tão gravemente que foi necessário traze-lo às costas até S.Vicente, à nossa Casa, por ele não poder vir por seus pés: a enfermidade é perigosa”. Carta de Piratininga, 1562 - Referência ao padre Manoel da Nóbrega


“Desta maneira converteu hoje a Saulo, que foi grandíssimo e especialíssimo privilégio arrebatando-lhe a vontade e mudando- lhe o mal em bem sem ele poder a isto resistir...”.
Sermão da Conversão de São Paulo, 1568

“Há também outros animais do gênero anfíbio, chamados capiyûára, isto é, “que pastam ervas”, pouco diferentes dos porcos, de cor um tanto ruiva, com dentes como os da lebre, exceto os molares, dos quais alguns estão fixos na mandíbulas e outros no meio do céu da boca; não têm cauda, comem ervas, donde lhes provêm o nome; são próprios para se comer; domesticam- -se e criam-se em casa como os cães: saem para pastar e voltam para casa por sim mesmos”. Carta ao Padre Geral de São Vicente, 1560

“De maneira que os Índios me tinham muito crédito, máxime porque eu lhes ocorria as suas enfermidades, e como algum enfermava logo me chamavam, aos quais eu curava a uns com levantar a espinhela, a outros com sangrias e outras curas, segundo requeria sua doença, e com favor de Cristo Nosso Senhor achavam-se bem”. Carta de São Vicente, 1565

 “Deste, soube o Governador os projetos dos Franceses e com naus armadas veio combater a fortaleza. Daqui foi socorro em navios e canoas, e nós outros demos o costumado socorro de orações, além das particulares que fazia cada um: diziam-se cada dia umas litanias na Igreja, acabada a missa: também se mandou daqui um Padre, com o Irmão intérprete, a rogos do Governador, para que se ocupasse em confessar os soldados, e ensinar aos Índios que com eles haviam vindo. Voltou o Irmão mui doente de febres e câmeras de sangue, pelo muito trabalho e frio que sofreu, mas logo sarou pelo favor da Divina Bondade”. Carta ao Padre Geral de São Vicente, 1560

“Também visitamos outros lugares de Portugueses e Índios semeando em todas as partes a palavra de Deus, a qual para que dê fruto abundante, roguem nossos Irmãos continuamente a Nosso Senhor, e tenham assídua memória de nós outros para que não deixemos de semear porque em seu tempo colheremos”. Carta de Piratininga, 1556

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