Academia Fé e Razão: Patrono da presidência
10/06/2014 17:09
Davi Barros

Instituição foi criada em 9 de junho, data da morte do jesuíta que participou da fundação da Santa Casa de Misericórdia

Em 9 de junho de 2011 foi fundada a Academia Fé e Razão. A escolha da data não foi à toa, é neste dia que a Igreja celebra a memória litúrgica de São José de Anchieta. Cada cadeira da Academia tem um patrono e o Apóstolo do Brasil foi escolhido para abençoar o lugar ocupado pelo padre Aníbal Gil Lopes, presidente da instituição.

Padre Aníbal conta que Anchieta foi escolhido como um dos patronos por ter participado da fundação do Rio de Janeiro e da criação da Santa Casa de Misericórdia, instituição que serviu aos mais pobres, com alta eficiência, por vários séculos. O presidente ainda afirmou que o Santo serve de exemplo para os integrantes da Academia.

– Ele possuía uma educação altamente requintada para sua época e foi capaz de estabelecer o diálogo entre a fé e a razão através de sua ação missionária. Esta é a vocação da Academia: através do exercício da fé e da razão, ir ao encontro da sociedade que perdeu o sentido do divino e do próprio valor da vida – ressaltou.

Além da vocação para a evangelização, José Anchieta também escreveu peças de teatro, música e poesia. Segundo padre Aníbal, apesar da população brasileira não conhecer muito a obra de Anchieta, o Apóstolo do Brasil tem um trabalho reconhecido no campo das artes.

– Suas obras de teatro, música e poesia têm um único fim: anunciar os valores do Reino. Escritor fluente em espanhol, sua língua materna, latim, português e tupi, produziu extraordinária obra literária que pode ser considerada expressão do que de melhor foi produzido em seu tempo – acrescentou o presidente da Academia.

Padre Aníbal lembra que Anchieta teve papel decisivo na criação e formação de identidade brasileira, chegou a arriscar a própria vida para garantir negociações entre portugueses e indígenas. O Presidente da Academia Fé e Razão observa que o jesuíta está intimamente ligado aos valores culturais do Brasil. Em uma época que poucos europeus possuíam acesso à educação básica, São José de Anchieta iniciou a criação de escolas no país. Ele levava filhos de índios para estudar com os filhos de colonos, para que eles pudessem aprender português, latim e outras matérias básicas.

 – Isso tinha um valor não só cultural, como representava uma nova ordem social, que era semeada pelo trabalho evangelizador. Foi esse o motivo que levou às perseguições e expulsão dos jesuítas, não só do Brasil, como de Portugal e outras áreas da Europa, culminando, por um tempo, com a própria extinção da Ordem – disse padre Aníbal.

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