A saída, a longo prazo, segundo o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, para o Brasil voltar a crescer a taxas elevadas é, principalmente, a educação, além de investimentos em logística e infraestrutura. Para ele, as medidas de curto e médio prazos não bastam para sinalizar à população de que há um caminho, e a melhora da educação leva à melhor distribuição de renda.
Esse foi um dos tópicos abordados por Meirelles em Aula Magna proferida na Universidade, no dia 13 de março, em celebração aos 50 anos da Pós-Graduação de Engenharia Civil. O atual presidente do conselho da J&F Investimentos, que é formado em Engenharia Civil na USP, também lembrou as expectativas do PIB neste ano, que deve cair em torno de 0,5%.
Em relação ao dólar, Meirelles explicou que não há uma causa única para as constantes altas da moeda. Há fatores externos, como a valorização do dólar, e as incertezas políticas. Ele acredita que os equilíbrios precisam ser acertados nor- malmente e defendeu o câmbio flutuante.
– O câmbio é flutuante, tem que deixar flutuar. E vamos lidar com as consequências positivas e negativas. Negativas, a maior delas é o aumento dos custos dos importados. Por outro lado, facilita as exportações – disse.
Durante o encontro, momentos da história econômica nacional foram lembrados, como a época da hiperinflação e a chegada do Plano Real. Também estiveram na Aula Magna o Reitor da PUC, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., o Vice-Reitor Acadêmico, professor José Ricardo Bergmann, o Decano do Centro Técnico Científico, professor Luiz Alencar da Silva Mello, e o diretor do Departamento de Engenharia Civil, professor Tácio Mauro de Campos.