A união entre os mundos da tecnologia e do entretenimento é o tema do VFX RIO 2018. A quarta edição reunirá alguns dos maiores especialistas na produção de efeitos visuais para cinema, TV, games e novas tecnologias. Além de nomes internacionais, o encontro, que termina no dia 5, no Museu de Arte Moderna (MAM), também terá um espaço voltado para as produções brasileiras de destaque. E por trás desse cenário estão dois ex-alunos da PUC-Rio, fundadores da VFX RIO, Jazmin Kuan Veng Moriconi e Matteo Moriconi.
Segundo eles, a ideia é trazer pessoas respeitadas nesse setor internacionalmente e incentivar os profissionais brasileiros. Formada em Jornalismo pela PUC-Rio, Jazmin trabalha no desenvolvimento de estratégias de comunicação para filmes e entretenimento. De acordo com ela, o VFX RIO surgiu com o objetivo de dar visibilidade para a pós-produção, mercado em crescimento no Brasil e no mundo, e criar um fórum de discussão para dividir ideias e fomentar esse setor do mercado.
– Eu e o Matteo fizemos carreira dentro do mundo da distribuição cinematográfica e televisiva, trabalhando sempre com meios digitais. Começamos a visitar vários festivais no mundo voltados para tecnologia, efeitos visuais e computação gráfica e percebemos que não existia nada parecido no Brasil, um dos maiores mercados de audiovisual do mundo. Não havia um evento para compartilhar o know-how e a experiência que os profissionais adquiriram com cada filme. Era necessário haver um lugar de reunião para as pessoas que trabalham e se especializam em pós-produção.
Diretor da VFX RIO, Matteo Moriconi é formado em Química pela Universidade. Ao longo da carreira, ele trabalhou no desenvolvimento de projetos que unem arte e tecnologia. Moriconi acredita que a atenção ao setor de audiovisual e a participação de um network internacional contribuem para destacar o empreendimento.
– O VFX Rio tem um diferencial enorme por ser o único evento no Brasil que reúne todas as pontas na cadeia da pós-produção. Através das conexões com o mundo da distribuição, produção e pós-produção, o VFX dá mais visibilidade para um setor do mercado que não é muito valorizado, sendo que, daqui para frente, toda produção audiovisual vai ter um componente de computação gráfica e pós-produção.
São mais de 20 palestras e workshops com profissionais que participam da criação de efeitos visuais e de mídias imersivas. Um dos convidados mais aguardados é o americano Kelly Port, da Digital Domain, criador do vilão Thanos de Vingadores: Guerra Infinita. O personagem foi elaborado digitalmente com expressões e texturas cujos detalhes surpreenderam o público. A expectativa é de que Port revele a técnica utilizada nesse trabalho, que envolveu centenas de pessoas e rendeu ao supervisor de efeitos visuais o Hollywood Film Awards de Visual Effects of the Year, considerado o aquecimento para o Oscar 2019.
Outra atração internacional é o supervisor de O Quebra Nozes e os Quatro Reinos, Max Wood. Ele foi o responsável por criar o personagem o Rei dos Ratos, os quatro reinos, as cenas com flocos de neve, doces, flores e os brinquedos animados. Para desenvolver esses efeitos visuais, Wood contou com uma equipe de mais de 500 profissionais.
A TV Globo estará presente com espaços dedicados às produções Deus Salve o Rei e IIha de Ferro, este último com a construção de uma plataforma de petróleo em 3D hiper-realista que levou mais de um ano, considerada como a produção com maior contribuição de efeitos já realizada em uma série. Haverá também um painel dedicado à Globo Tech e um estande aberto ao público com experiências de Realidade Virtual, Mentorama e Projeção 8K.
O Diretor geral de pós-produção na O2 Filmes, Paulo Barcellos, também marcará presença. Ele estará no painel liderado pelo Presidente da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Peregrino. Eles vão apresentar o filme vencedor do prêmio de efeitos visuais da Academia, Malasartes e o Duelo com a Morte, além de conversar sobre a O2 Filmes, uma das maiores produtoras de efeitos do Brasil.