A Rede de Homólogos de Ambiente e Sustentabilidade da Associação de Universidades Confiadas à Companhia de Jesus (AUSJAL) se reúne na PUC-Rio para analisar as medidas adotadas pela instituição e o que deve ser feito nos próximos anos. Na abertura do encontro, que ocorreu na terça-feira, 17, o Reitor da Universidade, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J, deu as boas-vindas aos participantes do encontro e relembrou a importância da encíclica Laudato Si’, escrita pelo Papa Francisco.
A AUSJAL engloba 30 universidades de 14 países e se dedica a implementar projetos que ampliem a contribuição do Ensino Superior na sociedade. Nela, professores formam redes que se dedicam a assuntos específicos. A Rede de Ambiente e Sustentabilidade atua na promoção de ações sustentáveis dentro das instituições e na transformação em agentes sociais.
O Reitor, que desde 2015 já realizou mais de 40 conferências para divulgar a encíclica, considera a mensagem do Papa “um depositório dos valores éticos”, principalmente em uma sociedade que, segundo ele, é tomada pelo consumismo e pelo pensamento individualista. Para o Reitor, é preciso compreender que o nome meio ambiente denota que a natureza está partida e é preciso fazer algo. Segundo padre Josafá, uma das missões dos membros da AUSJAL é motivar diferentes áreas do conhecimento a encontrar soluções de sustentabilidade.
— Universidades precisam capitanear a busca de soluções tecnológicas e científicas dos problemas que afetam a qualidade da vida humana e das demais espécies. Também precisamos incentivar a educação ambiental e motivar comportamentos mais sustentáveis.
O presidente da Conferência de Provinciais na América Latina e Caribe (CPAL), padre Roberto Jaramillo, S.J., defende que é preciso entender que as Universidades são locais mais adequados para discutir e planejar a ecologia na atualidade. Por ser um ambiente de prospecção do conhecimento e articulação de áreas de saberes, padre Jaramillo garante que as elas têm papel fundamental no planejamento de como conciliar desenvolvimento, consumo e meio ambiente.
— As pessoas precisam enxergar o nosso da mesma maneira que enxergam o meu. Sem trabalho em rede não é possível fazer nada pelo meio ambiente. As Universidades precisam pensar além do campus e lembrar que a sociedade precisa de soluções para a ecologia. Elas também devem estar sempre conectadas as outras para somar as iniciativas e compartilharem experiências.
Para o professor Luiz Felipe Guanaes, coordenador da Rede e do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA), a encíclica reforçou na Universidade, que é pioneira em adotar uma agenda socioambiental, a luta pela preservação do meio ambiente.
— A Laudato Si´ criou uma nova força para esse processo de fortalecimento da rede. Antes, nos sentíamos isolados dos jesuítas. Aqui na PUC, a gente lutava por algo muito claro que ainda não era homogêneo. A encíclica criou essa demanda. Essas universidades vêm se estruturando de maneira parecida conosco. São núcleos de pesquisa e institutos que têm algum envolvimento, em diferentes níveis, com o meio ambiente. O grande objetivo da rede é se ajudar, apesar das diferenças, dentro de um propósito maior que é a Laudato Si’.
No encerramento do primeiro dia do encontro, o professor Luis Felipe Guanaes fez um balanço dos objetivos do primeiro dia e listou as intenções de discussão para o dia seguinte. Junto com a secretária executiva da AUSJAL professora Susana Di Trolio, que também comentou sobre os projetos e sugestões do dia, Guanaes definiu com uma das prioridades do programa a melhoria da estrutura da comunicação entre as universidades que compõe o programa. Além disso, o professor acredita na organização de diretrizes que alinhem as instituições de acordo com a realidade de cada uma.