O destino dos resíduos produzidos no dia a dia é um problema mundial. A falta de consciência ambiental, os erros na hora da separação dos materiais e as dúvidas quanto ao destino final desse lixo fazem com que uma quantidade muito pequena do material potencialmente reciclável seja de fato recuperado. Para sanar esse obstáculo dentro da PUC, a Universidade aposta na reciclagem de matéria verde no próprio campus e no envio dos resíduos segregados para as cooperativas de lixo.
Resíduos verdes são materiais orgânicos de origem vegetal, como cascas de árvores, galhos, troncos, gramas, folhas verdes ou secas e flores, e são provenientes da manutenção de jardins e espaços verdes. Esse material é levado para a Estação Ambiental da Universidade e reciclado dentro do próprio campus. Os resíduos passam por um processo de compostagem e depois são usados como adubo no telhado verde do CCE e em outras hortas.
A compostagem é o processo que, através de fungos e bactérias, degradam a matéria orgânica e transformam essa massa em adubo. Ela é composta por três fases. A primeira dura, em média, 15 dias, pois é quando as bactérias e fungos, em temperatura ambiente, metabolizam os nutrientes mais simples. Na segunda, que dura até dois meses, esses decompositores trabalham em temperaturas mais elevadas e são responsáveis por metabolizar as moléculas mais complexas, que resulta na eliminação organismos capazes de produzir doenças infecciosas. Já na terceira, que também dura aproximadamente dois meses, essa massa descansa até estabilizar a temperatura e a acidez. Após esse processo, o composto orgânico está livre de metais pesados e microrganismos tóxicos, e está pronto para ser usado como adubo.
O resto dos resíduos é segregado e enviado para as cooperativas, que fazem uma triagem desse lixo e depois direcionam às empresas especializadas de processamento desse material. A engenheira da Coordenação da Gestão Ambiental do Núcleo Interdizciplinar de Meio Ambiente PUC-Rio (Nima), Melissa Casacchi, explica que existem dois tipos de padronização de lixeiras na Universidade: a coleta seletiva, em que é preciso separar materiais orgânicos e recicláveis; e a multiseletiva, onde os resíduos são segregados por tipos, como papel, metal, plástico, vidro e orgânico.
Segundo Melissa, a participação dos alunos é fundamental para o êxito do processo de reaproveitamento do lixo. Ela afirma que falta conscientização em toda a sociedade quanto a valorização do resíduo, e que a PUC não consegue fazer essa gestão sozinha, pois quando um resíduo é jogado na lata errada, ele pode inviabilizar todo aquele montante potencialmente reciclável.
— As pessoas não têm a percepção do impacto do resíduo. Ao jogar um resto orgânico em uma lata de plásticos, por exemplo, ele pode sujar todo aquele material, e assim prejudica a valorização do resíduo. Muito do lixo produzido na Universidade é contaminado pelos erros na hora de segregação.
Melissa explica que ocorrem no campus iniciativas para diagnosticar essa geração de resíduos. Durante o ano de 2017, iniciou-se um processo de classificação gravimétrica de resíduos, em que é feito um ensaio, uma vez ao mês, para identificar a quantidade de cada tipo de lixo que é gerado no campus por meio de uma amostragem retirada do que é produzido a Universidade.
- Foi feito um diagnóstico de como funciona e quais seriam os projetos que mais se adequam para melhorar a questão de resíduos no campus. Temos trabalhado muito em pesquisa para identificação desse lixo, pois só é possível implantar um modelo de gestão de forma efetiva e que seja eficiente e sustentável se você conhecer esses restos que estão sendo gerados.