Centenário de um pioneiro
04/12/2008 12:00
Gabriela Pacheco / Foto: Memória da Pós-graduação e da Pesquisa/PUC-Rio

Fundador do Departamento de Química, padre Leopoldo completaria 100 anos em novembro desde ano. A história do austríaco que veio para o Brasil aos 21 anos mostra uma busca incessante por conhecimento.

Padre Leopoldo Hainberger, à direita,
 no Laboratório de Química da Universidade
 A história do fundador do Departamento de Química da PUC-Rio, padre Leopoldo Hainberger, S.J., que completaria cem anos de vida em novembro, revela uma busca incessante por conhecimento. O jovem austríaco, que chegou sem sua família ao Brasil, tornou-se jesuíta, filósofo, professor, teólogo, e mais tarde voltou a seu país para estudar química. Durante dezoito anos, padre Leopoldo dirigiu o Departamento arrecadando recursos, convênios e doações que permitiram, por exemplo, a construção do bloco de química com 7.700 m², no Edifício Cardeal Leme. Padre Leopoldo contou com a colaboração do químico analítico Fritz Feigel e de sua esposa, Regina e do Grupo Bayer, além de parcerias com o governo.    

 

Influenciado pela escola austríaca e alemã de química, o ex-diretor preocupou-se em criar muitas salas de laboratório de ensino e pesquisa. O diretor atual do Departamento, professor Percio Farias, foi aluno do mestrado e doutorado do padre Leopoldo. A convivência deixou algumas recordações, como o desejo do jesuíta de desenvolver a química brasileira.

 

– Padre Hainberger sempre dizia que este país é imenso e precisa ser conhecido pelo estudo do seu solo com riquezas naturais. É o momento de evoluir a química neste país, formando bons profissionais. A química deve ser controlada pelos químicos e não pelos farmacêuticos ou médicos. Se pudesse, gostaria de dizer a ele que o seu Departamento continua ocupando uma posição de destaque na Universidade e no cenário científico brasileiro, diz o diretor e ex-aluno.

 

No Brasil, a química se tornou a terceira área mais produtiva em publicações cientificas. Atualmente, cada professor do corpo docente de Química da Universidade produz mais de três artigos por ano. O Departamento também expandiu sua atuação, abrangendo não apenas o estudo de química analítica e inorgânica, mas também orgânica.

 

O diretor Percio se lembra de padre Leopoldo como uma pessoa alegre e competente, que queria preservar o que tinha construído.  “Pessoas como ele só surgem de cem em cem anos”, brinca, saudoso, o ex-aluno.

 

 

Edição 211

 

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