Diferentes culturas em um só lugar
18/08/2023 17:55
Ana Tonelli, Carolina Bottino e João Lustosa

PUC-Rio recebe estudantes estrangeiros, que contam suas expectativas sobre estudar em um país diferente

Estudantes estrangeiros assistem à palestra no Auditório do RDC. Foto: Caio Matheus

Em recepção organizada pela Coordenação de Cooperação e Coordenadoria Internacional (CCCI), 350 intercambistas tiveram seu primeiro contato com a PUC-Rio, no dia 11 de agosto. O encontro ocorreu no Auditório do RDC e reuniu estudantes de países como Estados Unidos, França, Portugal, Espanha, Itália e Holanda. Neste semestre, eles vão poder explorar as mais diversas áreas do conhecimento em solo carioca, como parte da experiência vinculada às universidades parceiras da PUC-Rio.

Na palestra, os estudantes estrangeiros receberam orientações sobre segurança, diferenças culturais, transferências de créditos e a vida acadêmica na PUC-Rio. As orientações foram ministradas pela Coordenadora de Programas Internacionais, Linda Cristina Souza, pela Coordenadora do CCCI, professora Angela Randolpho de Paiva, e pelo Vice-Coordenador do CCCI, professor Ricardo Borges.

Linda falou sobre como é a vida no Rio de Janeiro e as oportunidades para os intercambistas se integrarem nesta nova realidade. Ela citou algumas das vantagens de se viver perto da praia e como isso faz parte do estilo de vida dos cariocas. 

— Vocês podem conhecer uma natureza incrível, que também serve como um espaço de entretenimento e sociabilidade. Ao chegar à praia, vocês podem ver pessoas jogando “altinha”, o pessoal do surfe e do vôlei. Se pedirem para jogar, com certeza vão deixar vocês se juntarem a eles. Muitas vezes não há a necessidade de estar inscrito na academia quando já se tem isso tudo na praia.

A oportunidade de fazer um intercâmbio pode ser enriquecedora tanto acadêmica  quanto culturalmente. Estar cercado de novas culturas, idiomas diferentes e a possibilidade de se especializar em um outro país é de grande valia para estudantes de todo o mundo. Para a jovem Miriam de Hohenstein, de 23 anos, de Berlim, na Alemanha, a experiência de aprender sobre novas realidades sociais é um dos aspectos que ela considera mais importante durante o período que passará fora de seu país.

Filha de pai brasileiro, a alemã busca aprender mais sobre sua área de estudo, antropologia, e também experienciar mais o português.  Ela contou que a realidade socioeconômica do Brasil, com tantos contrastes, foi um fator importante para escolher o seu destino para os próximos seis meses. 

— O Rio é uma cidade desigual, mas ao mesmo tempo isso é uma das coisas que fazem dele tão interessante, ter diferentes maneiras de se viver em locais tão diversos. Os problemas existem, claro, mas acredito que é de grande importância que eles sejam estudados e observados para que se possa buscar soluções viáveis.

E quanto às expectativas para a nova fase, Miriam espera entrar em contato com pessoas de realidades diferentes da sua, e assim, aprender mais sobre a própria trajetória. Ela quer aproveitar também o estilo de vida carioca, com muita dança e cultura.

– Quero aproveitar as praias, o sol, as danças brasileiras e fazer amizades. Espero ver diferentes partes do Rio, do Brasil, e entender um pouco mais sobre a cultura daqui.

Alemã Miriam de Hohenstein. Foto: Carolina Bottino

Estudante da Technische Universität Berlin e grande admirador de Oscar Niemeyer, o alemão Jasper Lappe comentou a sua preferência pelo arquiteto brasileiro e contou que em seu país existem prédios projetados por Niemeyer. Ele disse que escolheu fazer o intercâmbio no Brasil porque, quando mais novo, em uma viagem, gostou muito da cultura, comida e do clima.

— Eu vim para o Brasil quando tinha 15 anos de idade e, durante a minha vinda, fiquei apaixonado por todos aspectos do país. A cultura, comida, até o sol, que é “diferente” da Alemanha me encantaram. Por isso, decidi vir, para ter um contato maior e aprender um pouco mais.

O aluno português Tiago Maia também comentou o porquê da sua escolha pelo intercâmbio na PUC-Rio. De acordo com o estudante de Relações Internacionais, uma das razões de sua vinda foi a possibilidade de ficar um pouco mais perto de uma parte da família, que mora em São Paulo. Ele considera o intercâmbio uma oportunidade para entender o modo de vida do brasileiro.

— Pela diferença de cultura e hábitos, imagino que será uma experiência muito enriquecedora poder conviver com um mundo tão diferente. Acho que será uma forma de conseguir compreender melhor como as pessoas vivem aqui no Brasil.

No que diz respeito às atividades acadêmicas, Tiago entende que seu período na Universidade será uma chance de ter contato com a política de um outro país e também com diferentes formas de enxergar o mundo.

— Será a oportunidade de ter um  contato mais próximo com política internacional, além de poder compreender outras perspectivas.

Mestranda em Comunicação, a portuguesa Rita Oom, de 25 anos, é aluna da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa e está no Brasil pela segunda vez. O contato com a cultura brasileira aconteceu de forma bem inusitada, pela Sétima Arte. 

— Fui com minha família ao cinema assistir ao filme Rio, e logo me apaixonei pela cidade. Quero conhecer a vida dos cariocas e também experienciar a cultura local. 

  Portuguesa Rita Oom. Foto: Autorretrato

Apesar de muitas vezes associada à interação com diferentes realidades, a experiência do intercâmbio pode surgir a partir da semelhança cultural. As estudantes de Direito Luiza Roque, Marcia Alves e Francisca Domingues, revelaram que a decisão de vir para o Brasil foi por causa da afinidade com o idioma e também porque ouviram relatos positivos de outros intercambistas.

— O fato de ser um país que tem a mesma língua do nosso foi algo que pesou para nós. E, além disso, temos o desejo de comparar a legislação dos dois países, que têm origem parecida, e a forma como elas divergiram com o passar dos anos.

Portuguesas Luiza Roque, Marcia Alves e Francisca Domingues. Foto: João Lustosa

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