Dedicado a enriquecer e atualizar as experiências dos bibliotecários para ampliar o acesso à leitura, o 2º Encontro do Grupo de Bibliotecas integrante da Associação de Universidades Jesuítas da América Latina (Ausjal) promoveu palestras e reuniões pautadas pelo intercâmbio de práticas bem-sucedidas. Tanto na apresentação inicial, na Casa Jesuíta, em Botafogo, quanto na visita guiada às bibliotecas da PUC-Rio (Central e do CTC), especialistas e profissionais da área trocaram informações que convergem para tornar os livros mais acessíveis. Para a supervisora de atendimento e pesquisa da biblioteca da PUC-Rio, Marta Belo Reis, o encontro é proveitoso como "treinamento e oportunidade de troca":
– O conteúdo apresentado serve para pontuar as boas práticas. É um jeito de a gente aprender os métodos que estão dando certo em outras bibliotecas, para ajustarmos à nossa (biblioteca) e melhorarmos seu desempenho.
Melhor "desempenho" das bibliotecas significa uma contribuição para melhorar o nível de leitura do país. De acordo com a 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, de 2015, feita pelo Ibope e encomendada pelo Instituto Pró-Livro, 44% da população brasileira não leem regularmente e 30% nunca compraram um livro. Em 2011, o número de leitores efetivos correspondia a metade da população. Em 2015, registrou-se um ligeiro avanço: 56%. Ainda assim, o brasileiro lê, em média, só 4,96 livros por ano. Destes, apenas 2,88 lidos por vontade própria, ou seja, não se associam a indicações ou exigências escolares. Em quase a metade deles, a leitura sequer é concluída – em parte, devido à "dificuldade de se encontrar biblioteca por perto", relatam cerca de 5 mil entrevistados.
Iniciativas como o encontro do Grupo de Bibliotecas promovido pela Associação de Universidades Jesuítas da América Latina procuram facilitar o acesso aos livros e, portanto, melhorar o nível de leitura, ainda longe do ideal no país. Marta Reis observa que, da troca de experiências entre os diretores das bibliotecas integrantes da Ausjal, emergem propostas como "a otimização dos espaços, com ambientes mais confortáveis e favoráveis ao estudo". O aprimoramento envolve também, acrescenta ela, ações interdisciplinares e projetos como o de mesas adaptadas para estudantes de arquitetura.
– É claro que nem sempre poderemos fazer igual, mas essas trocas são fundamentais para captarmos ideias que melhorem o ambiente de estudo e o atendimento aos estudantes – reitera.
Criada em 1985, a Ausjal congrega 30 universidades jesuítas em 14 países da América Latina. A secretaria executiva, na Venezuela, articula 13 redes e grupos de trabalho dos quais o Grupo de Bibliotecas faz parte. A Divisão de Bibliotecas e Documentação (DBD) da PUC-Rio participa das atividades desenvolvidas pelo grupo, desde que foi instituído, em 2011. Buscam o aperfeiçoamento das bibliotecas e o auxílio, em especial, àquelas de estrutura mais modesta.