Esplendor da arte de bordados
24/04/2019 18:14
Paula Veiga

Patrimônio cultural intangível de Guizhou na China faz visita a PUC-Rio

Desfile leva trajes chineses ao campus da Universidade. Foto: Bia Cortes

Esplendor da arte de bordados foi mais que uma exposição de trajes. Com a presença de diversos representantes da província de Guizhou, sudoeste da China, o desfile, no dia 3, foi uma oportunidade de troca para os presentes: brasileiros se deslumbraram com a história e cultura oriental, e os chineses puderam conhecer particularidades do Brasil, como uma apresentação de capoeira.

A diretora chinesa do Instituto Confucius, Ana Qiao, revelou que, por causa da pluralidade de minorias que vivem na região, a província Guizhou tem uma forte tradição na arte dos bordados. Segundo Ana Qiao, este aspecto multicultural do local chama atenção até mesmo dos chineses. Guizhou é conhecida como Ilha de mil culturas e museu das etnias. Das 56 que compõem o país, 17 fazem parte da província.

A Universidade Donghuang, que levou a exposição para o campus da PUC-Rio, é a primeira na China a oferecer o curso Desenho criativo de bordados tradicionais, que teve início em 2016. Nesses três anos, já foram cinco turmas, que totalizam 120 alunos, provenientes de etnias diferentes como Miao, Dong, Buyi e Shui. No desfile, foi possível ver trajes tradicionais e modernos, além de criações que misturavam os dois estilos. Para o diretor brasileiro do Instituto Confucius, Leonardo Bérenger, a troca cultural entre o Brasil e China é importante em um mundo global.

- O Brasil e a China são duas economias potentes. No caso da PUC-Rio, há o Instituto Confucius que, por meio da cooperação internacional, se relaciona com outras universidades. O objetivo do instituto é propiciar um intercâmbio cultural entre os dois países e divulgar a língua chinesa.    

A programação foi aberta com uma banda composta por cinco homens que vestiam roupas tradicionais chinesas. No repertório, além de algumas músicas clássicas da região, um gênero bem conhecido dos brasileiros: a lambada.   Guizhou é a maior base de produção de violão do mundo, e, por ano, são vendidos seis milhões de instrumentos.

As modelos exibiram na passarela montada no salão da Pastoral roupas com técnicas chinesas especiais, como o batik, um antigo processo de tingimento cuja história remonta mais de 2.000 anos, do período da Dinastia Han na China. Já o bordado Miao é considerado de alto nível e usa combinações para criar espaço visual multidimensional.

A vestimenta miao pode levar de três a cinco anos para ser confeccionada. Foto: Amanda Dutra

Três trajes tradicionais foram apresentados: dos grupos étnicos Miao, Buyi e Dong, os mais populosos e importantes da produção de Guizhou. A roupa de Miao é descrita como o traje mais deslumbrante de todos os tradicionais da China. Bordados, batik e ornamentos de prata são os elementos básicos que o compõe a vestimenta. A etnia Buyi gosta de usar roupas de pano azul, verde, preto e branco. Saias são decoradas com batik e padrões de bordado, o estilo das roupas é mais solto por causa do clima quente da região. Os estilos de design da etnia Dong são variáveis. Para o dia a dia, roupas práticas enquanto para festas importantes a estética valoriza, nos panos, a decoração.

Com base no estudo do bordado de Guizhou, as alunas da Universidade Donghuang, utilizaram novas formas, materiais e tecnologias para criar um design moderno na concepção das roupas. De acordo com Ana Qiao, o desfile começou a ser programado em janeiro, quando foi feito um primeiro contato com a PUC-Rio.

-  Apesar de complicado, foi um sucesso. Queríamos mostrar que o design faz parte da China. Como a PUC tem também um curso de design, consideramos importante trazer o desfile para a Universidade.

Vestimentas misturam elementos tradicionais e modernos. Foto: Amanda Dutra

Além do desfile, a Exposição Fotográfica Internacional de Guizhou Esplêndida e Colorida foi montada nos pilotis do Edifício da Amizade. As fotos mostravam a natureza, as cidades e a cultura de Guizhou. O Reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., assistiu ao desfile e ressaltou que este tipo de apresentação é importante porque exibe para o público a riqueza cultural da China que é, segundo ele, um parceiro não só do Brasil como também da PUC-Rio.

Veja aqui a fotogaleria do desfile e vote nas suas vestimentas preferidas.

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