Com a proposta de promover um novo modo de descarte de resíduos na Universidade, em abril deste ano, o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente (NIMA), em parceria com a Agência.com, do Comunicar, iniciou a Campanha Descarte Correto. Entre as novidades, foi feita a redução da quantidade de lixeiras e a padronização delas. Um dos idealizadores do projeto é o vice-diretor do NIMA, professor Tácio Campos, que também é um dos fundadores do Núcleo.
Campos explica que a iniciativa não acabará com o lixo, mas pretende promover o aproveitamento máximo dos resíduos gerados na PUC-Rio. As lixeiras para objetos recicláveis são as de cor azul e as cinzas, para lixo não-reciclável. Segundo ele, os alunos de iniciação científica fizeram o levantamento das condições de resíduo dentro da Universidade. A partir dessa pesquisa, eles avaliaram qual seria a melhor forma de gerenciar internamente os descartes, o que resultou na mudança das lixeiras. Além dos novos recipientes, Campos comenta que, em breve, serão implementados outros projetos, como a retirada de lixeiras das salas de aula.
- Em sala, os estudantes misturam os diferentes resíduos, no entanto, a preferência é separar o que não presta do que é potencialmente reciclável. Queremos transformar o potencialmente em totalmente, de forma que nada vá para o aterro. O lixo precisa ser coletado na Universidade, passando pelo contêiner, sair da PUC para o tratamento e, então, ser completamente aproveitado. E não para por aí, parte dos não recicláveis são usados para compostagem nos jardins da Universidade.
Segundo Campos, há duas formas de reaproveitar o lixo orgânico: a compostagem e a geração de energia. O biorreator é uma das medidas em andamento na Universidade para reciclagem, na qual os gases e fluidos gerados na condição anaeróbica do lixo são convertidos em energia. Outro projeto, que também já está em funcionamento, é a transformação da água do ar condicionado em destilada, com o uso de infravermelho. Conforme o vice-diretor, alguns laboratórios da Universidade utilizam água destilada, e, com esta conversão, não é necessário o destilador, que depende de uma grande quantidade de energia e água.
Sobre o monitoramento da encosta nos arredores da PUC-Rio, que o NIMA realiza constantemente, o professor explica que há um campus experimental destinado às avaliações climáticas em Tinguá. Segundo Tácio Campos, também há estudos dos aspectos sísmicos, que permitem medir vibrações transmitidas ao solo via trovões, gerados por ações de raios, que são associados aos problemas de estabilidade da encosta.