Seis personalidades recebem medalha Padre Leonel Franca

O Reitor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., entregou a medalha Mérito Padre Leonel Franca, S.J., a seis benfeitores da Universidade no dia 24 de novembro, na sala do Conselho Universitário, no campus da Gávea. A honraria é concedida pela PUC-Rio às pessoas que mais se destacaram ou contribuíram financeiramente para o Fundo Patrimonial Endowment da Universidade, criado em 2019.

Israel Klabin, Rogério Chor, Sérgio Bermudes, Andréa Brito, Eduardo Pontes e Carlos Alberto Serpa foram os agraciados da tarde. O Reitor lembrou que em 2020 a premiação ocorreu na Igreja do Sagrado Coração de Jesus, no campus Gávea, e homenageou dez benfeitores. Ele iniciou com um agradecimento a Deus por todos estarem com saúde e aos apoiadores do projeto Endowment da PUC-Rio, fundo de doações destinado ao financiamento de atividades culturais, de ensino e projetos de infraestrutura.

O presidente da Associação de Antigos Alunos (AAA) da PUC-Rio, Ricardo Lagares, agradeceu aos homenageados e a participação que eles tiveram na história da instituição. Lagares lembrou em sua fala que a Universidade completa, em 2021, 81 anos, e ressaltou a importância de valorizar instituições tradicionais, principalmente a PUC-Rio, por ser solidária, pois, comentou, metade dos estudantes possuem algum tipo de bolsa.

– Por meio do Endowment, fazemos o trabalho de comunicar e solicitar aos antigos alunos ajuda. Eu gosto muito da propaganda do Médicos Sem Fronteiras que sugere doação de apenas R$1 por dia. Nós temos aproximadamente 200 mil alunos antigos, e, se cada um doasse R$1, a PUC- Rio poderia manter essa questão de 50% de bolsistas. Se queremos que o país progrida, nós temos que fazer história na educação.

O presidente do Conselho de Administração do Endowment, Carlos Augusto Junqueira, explicou que a medalha Padre Leonel Franca foi criada para reconhecer os esforços dos colaboradores, fiéis aos ideias da Universidade. Ele citou um trecho da obra A Crise do Mundo Moderno, publicada em 1941 por padre Leonel Franca, S.J., e disse que o fundo promove conexões entre ideias, pessoas, fatos e um futuro melhor para os beneficiados com as bolsas de estudo.

– A PUC-Rio é pioneira neste tipo de financiamento, ela é particular e comunitária, que não distribui os seus lucros para os acionistas, mas retorna os lucros para a sociedade, distribuindo e promovendo o enriquecimento da sociedade, não só carioca, mas brasileira há muitos anos. O Endowment vem para criar e fechar novos ciclos que unem gerações de idealizadores, tal como padre Leonel Franca, S.J..

Engenheiro e empresário do ramo imobiliário, Rogério Chor foi um dos homenageados. Ele, que também é presidente do Endowment Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn, fez questão de ressaltar o papel de seu xará, que morreu em 2018, e serviu de fonte de inspiração para a criação do fundo patrimonial, o qual ele administra. Segundo Chor, um dos objetivos do Endowment Fundo Rogério Jonas Zylbersztajn é ajudar e financiar estudantes que não têm condições financeiras, independente do mérito, e não apenas alunos high performance. Por isto, o fundo fez parceria com o Endowment da PUC-Rio pois, assinalou, a Universidade é considerada uma das melhores do país.

– A Universidade faz uma pré-seleção dos alunos que ela entende que merecem ajuda e traz para a fundação. Nós aprovamos todos os alunos e, junto à instituição, financiamos a trajetória acadêmica – explicou Rogério Chor.

O ex-prefeito do Rio de Janeiro, Israel Klabin, foi o homenageado mais velho da tarde. Hoje com 95 anos, o engenheiro governou a Cidade Maravilhosa entre março de 1979 e junho de 1980. O ex-presidente da principal produtora de papel do Brasil, Klabin S/A, contribuiu para o desenvolvimento da PUC-Rio nas primeiras décadas de existência da Universidade, na qual matriculou dois dos três filhos.

– Para mim, a PUC-Rio representa um ponto de partida e um ponto de chegada. O padre Josafá, em matéria de educação, conta com uma experiência enorme, e esta experiência não se reduz simplesmente ao setor educacional. Ela é criativa, de modo que a Universidade tem esta grande qualidade. Ela não é apenas uma instituição que se pauta pelo business as usual, pelo ensinamento conforme a tradição acadêmica, e nós estamos vendo a PUC, de repente, se tornar uma liderança na mudança dos critérios de educação para uma modernidade.

O presidente da Fundação Cesgranrio, Carlos Alberto Serpa, reafirmou a indissolubilidade entre educação e desenvolvimento econômico e exaltou a PUC-Rio pela presença ao longo de toda sua vida. Serpa, que também preside a Academia Brasileira de Cultura, foi aluno e professor da Universidade onde atuou em diversos cargos, como a Vice-Reitoria de Desenvolvimento. É, também, o único leigo a assumir a PUC-Rio por alguns meses, na licença do ex-Reitor padre Pedro Belisário Velloso Rebello, S.J..

– O futuro de uma nação é cooperação, é mãos dadas, esquecer as diferenças, pensar no outro e todo. Tenho certeza que as pessoas formadas nesta casa saem daqui convencidas de que isto é a realidade e vão atravessando o lugar onde vão trabalhar com esta missão de propagar o século da coordenação, da amizade, das mãos dadas. Ser PUC é transformar as pessoas não apenas pelo que elas têm, mas explicitamente pelo que são. Esta é a modernidade. A PUC está no caminho da modernidade. Ela está sempre à frente do seu tempo.